Turquia explica ideia para aliviar a crise alimentar global — RT World News
Ancara está se oferecendo para servir como intermediário para o transporte de grãos e óleo de girassol ucranianos para o mercado global, diz o presidente
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, apresentou uma ideia para facilitar as exportações agrícolas da Ucrânia, que ele quer discutir com seus colegas russos e ucranianos, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, nos próximos dias.
A Turquia pode servir como intermediária no transporte de mercadorias ucranianas, incluindo grãos, cevada, aveia e óleo de girassol, disse Erdogan a repórteres após participar das orações de sexta-feira em Istambul. O país tem estoques e navios mercantes necessários para tal arranjo, disse ele.
Kiev e nações ocidentais acusaram a Rússia de bloquear as exportações de alimentos dos portos ucranianos do Mar Negro, supostamente contribuindo para o aumento dos preços globais dos alimentos. Moscou nega a alegação, dizendo que oferece passagem segura para cargueiros, mas que a Ucrânia está impedindo que navios civis deixem cidades como Odessa. A Rússia também diz que a implantação de minas marítimas pela Ucrânia criou uma ameaça ao transporte marítimo na área.
Falando em uma coletiva de imprensa na quinta-feira em Madri, onde participou da cúpula da Otan, Erdogan disse que pretendia ter conversas telefônicas com Putin e Zelensky. O líder turco disse que seu governo queria garantir que um “corredor de grãos começa a funcionar o mais rápido possível”.
No início da semana, o líder turco divulgou sua mediação entre a Rússia e a Ucrânia para seu colega americano, Joe Biden, dizendo que a “política equilibrada” em direção a Moscou – que contrasta com a postura agressiva de outros membros da OTAN – poderá em breve produzir resultados.
A Rússia enviou tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro, citando o fracasso de Kiev em implementar os acordos de Minsk, projetados para dar às regiões de Donetsk e Lugansk status especial dentro do estado ucraniano. Os protocolos, intermediados pela Alemanha e pela França, foram assinados pela primeira vez em 2014. O ex-presidente ucraniano Petro Poroshenko admitiu que o principal objetivo de Kiev era usar o cessar-fogo para ganhar tempo e “criar forças armadas poderosas”.
Em fevereiro de 2022, o Kremlin reconheceu as repúblicas do Donbass como estados independentes e exigiu que a Ucrânia se declarasse oficialmente um país neutro que nunca se juntaria a nenhum bloco militar ocidental. Kiev insiste que a ofensiva russa foi completamente espontânea.
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