O Ministério da Defesa do Reino Unido não permitirá mais que suas tropas contratem os serviços de prostitutas enquanto estiverem estacionadas no exterior. A medida faz parte de uma campanha para combater os abusos em suas fileiras, anunciaram os militares britânicos na terça-feira.

As restrições estão incluídas em um pacote de novas políticas destinadas a combater a exploração e o abuso sexual nas forças armadas. Qualquer membro do serviço encontrado em violação das novas regras de conduta, que incluem o uso dos serviços de profissionais do sexo enquanto estiver no exterior, será expulso das forças armadas, observou o ministério.

No entanto, o documento não aborda a questão de solicitar tais serviços em solo do Reino Unido, onde a prostituição é legal.

“Esta política apoia o compromisso da Defence de reprimir comportamentos sexuais inaceitáveis ​​e proíbe toda atividade sexual que envolva abuso de poder, incluindo a compra de sexo no exterior. A política garantirá que todas as alegações sejam respondidas, não importa onde a alegação ocorra, e introduz uma presunção de quitação para qualquer pessoa encontrada envolvida nos comportamentos visados”, diz o comunicado.

A nova política também proíbe o pessoal de ter relações sexuais com pessoas de nível mais baixo, um arranjo que pode ser considerado um “desequilíbrio de poder”.

Para prevenir tais incidentes, o ministério pretende tomar medidas preventivas, incluindo a sensibilização e compreensão das questões e a formação relacionada com os vários tipos de transgressões relacionadas com o sexo.

“Comportamentos abusivos, discriminatórios ou predatórios não têm lugar em nossas Forças Armadas e essas medidas passam uma mensagem clara de que esse tipo de comportamento não será tolerado”, disse o ministro da Defesa do Reino Unido, Leo Docherty.

Enquanto isso, Ben Wallace, secretário de Defesa do Reino Unido, não conseguiu explicar por que as Forças Armadas demoraram tanto para elaborar tais políticas.

“Não me pergunte, sou o secretário de defesa que agora assumiu, e a vida seguiu em frente. É uma geração diferente. Eu estava no exército em 1991 na Alemanha, e as coisas são diferentes”, disse ele, falando em um show aéreo em Farnborough.

As novas políticas foram adotadas depois que o comportamento de soldados britânicos estacionados no exterior foi examinado devido ao interesse renovado no caso de uma mulher queniana, Agnes Wanjiru, que teria sido morta por um militar do Reino Unido em 2012. A vítima supostamente estava prestando serviços sexuais a soldados britânicos.

Dois meses depois de uma festa com tropas britânicas, seu corpo teria sido encontrado em uma fossa séptica atrás de um hotel. A investigação sobre seu assassinato foi mal feita e reiniciada, mas dez anos após sua morte e apesar de várias testemunhas identificarem o principal suspeito como o assassino, nenhuma condenação foi alcançada.

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