Sanções à Rússia são ‘irresponsáveis’, diz assessor de Lula

Economia da Rússia é “grande e estratégica” demais para ser isolada, disse Celso Amorim à Bloomberg

Celso Amorim, ex-chanceler brasileiro e atual conselheiro de política externa do candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva, condenou as sanções do Ocidente à Rússia e disse que, caso Lula assuma o cargo, o Brasil seguirá um rumo diferente.

Em entrevista à Bloomberg publicada na sexta-feira, Amorim afirmou que a resposta do Ocidente à operação militar da Rússia na Ucrânia – sanções à Rússia e bilhões de dólares em armas para a Ucrânia – tornou a guerra nuclear uma possibilidade real.

“Pela primeira vez desde a crise dos mísseis cubanos, vemos artigos sobre o risco de armas nucleares publicados semanalmente”. disse ele, argumentando que “é irresponsável não buscar a paz.”

O argumento de Amorim espelha o do próprio Lula. Em maio, o ex-líder brasileiro contou A revista Time que vê o presidente ucraniano Vladimir Zelensky como igualmente responsável pelo conflito na Ucrânia e condenou Washington por encorajá-lo a se opor à Rússia.

“Os Estados Unidos têm muita influência política. E Biden poderia ter evitado [the conflict]não o incitou”, Lula argumentou na época.

Do ponto de vista dos EUA, Amorim questionou a lógica de levar a Rússia a uma parceria mais profunda com a China, outro rival econômico e militar dos Estados Unidos.

“Não tenho nada contra a China” afirmou, acrescentando que ambos fazem parte do grupo BRICS, mas disse que “não consigo entender o interesse dos EUA em fortalecer a relação China-Rússia.”

Deixando essa relação de lado, Amorim disse à Bloomberg que uma economia tão grande quanto a da Rússia é “muito grande e estratégico” isolar, e que o governo Lula não seguiria tais políticas se o presidente de esquerda de dois mandatos for eleito em outubro. Falando à Time em maio, Lula disse que “muitos países diferentes” estão tendo que “pagar as contas” para as políticas anti-Rússia linha-dura de Washington, e que se ele for eleito, “O Brasil voltará a ser protagonista no cenário internacional e vamos provar que é possível ter um mundo melhor.”

Lula está atualmente 11 pontos à frente do atual presidente Jair Bolsonaro, de acordo com um agregar compilado pela Americas Society, sediada nos Estados Unidos. Caso triunfe em outubro, Amorim provavelmente será influente na definição da política externa de seu governo, tendo servido como ministro das Relações Exteriores do Brasil durante os dois mandatos de Lula, de 2003 a 2010.

Bolsonaro também não seguiu a liderança dos EUA na Ucrânia. Apesar de o Brasil ter votado na Assembleia Geral da ONU para condenar a Rússia pelo conflito, Bolsonaro se recusou a sancionar Moscou e anunciou sua intenção de continuar comprando fertilizantes da Rússia e assinar um novo acordo para importar diesel russo.

Assim como Lula, Bolsonaro também culpou parcialmente Kiev pelo conflito. Os ucranianos, disse ele em fevereiro, “confiava a um comediante o destino de uma nação”, referindo-se a Zelenski.

Você pode compartilhar esta história nas redes sociais:

Referência: https://www.rt.com/news/560375-lula-adviser-sanctions-mistake/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=RSS

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.