Relatório do PL sobre urnas evidencia “má-fé” no uso de dados do TCU, diz Dantas
O presidente em exercício do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, classificou o relatório do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, como “uma mentira que descamba para a má-fé” pelo uso de dados da Corte de contas. O documento, divulgado nesta quarta-feira (28), apresentou algumas informações do TCU para questionar a segurança das urnas eletrônicas. Dantas reafirmou nesta sexta-feira (30) sua confiança no sistema eletrônico de votação.
O ministro ressaltou que o relatório do PL usa dados do TCU num contexto distorcido, informou o Valor Econômico. O vice-presidente da Corte de contas participou de uma cerimônia na Associação Comercial do Rio Janeiro (ACRJ).
“A nota que foi expedida pelo partido retrata a opinião de alguém que foi contratado para produzir um estudo. Essa pessoa precisa responder quais os critérios científicos que foram utilizados. O que posso dizer é que, naquilo que foi buscada a informação, nos relatórios do TCU, e o TCU é citado, houve uma tentativa de confundir o público”, disse.
“Pegou-se um relatório de autoavaliação que o TCU aplica a centenas de instituições públicas para aferir não a confiabilidade da urna eletrônica. Porque o mesmo questionamento foi distribuído desde o Incra até o Ibama, passando pelo TSE. Na verdade, aquilo é uma pesquisa de autoavaliação de como os funcionários do órgão percebem o estágio de governança. E aí tem lá um quesito [que trata] dos sistemas eletrônicos. Não é o da urna eletrônica, pode ser o sistema de almoxarifado, de recursos humanos”, explicou.
“Pegar essa autoavaliação, o relatório a partir dessa autoavaliação, e dizer que o TCU afirmou que o Tribunal Superior Eleitoral não está aderente às normas internacionais, além de ser uma mentira, descamba para má-fé”, afirmou Dantas.