O líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), apresentou neste domingo (16) ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de investigação a uma declaração do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre menores venezuelanas. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também foi acionada sobre a fala.
Em uma entrevista a um canal do YouTube na sexta-feira (14), Bolsonaro disse que, durante um passeio de moto pela comunidade de São Sebastião, avistou meninas de 14 e 15 anos e que “pintou um clima” antes de pedir para ir à casa delas. O presidente também declarou que as menores estariam se arrumando para “ganhar a vida”.
Randolfe pede a investigação por entender que Bolsonaro cometeu três possíveis crimes: prevaricação; estupro de vulnerável; e favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou vulnerável.
O senador solicitou ao STF a tomada de depoimento urgente de Bolsonaro, bem como a responsabilização por omissões e a aplicação de medidas de proteção às vítimas, mulheres, menores e refugiadas. “As falas de Bolsonaro revelam possíveis atitudes criminosas relacionadas à exploração de menores e omissão diante de um caso que deveria ter sido denunciado imediatamente às autoridades. Os fatos exigem apuração e responsabilização imediata”, justificou.
No sábado, após a repercussão do comentário, o próprio Bolsonaro tentou contextualizar o ocorrido. Em uma live feita na madrugada deste domingo (16), o presidente disse que a fala foi distorcida. “O que eu fiz naquele momento? Eu mostrei minha indignação. Eu estava na região periférica de Brasília com a minha moto. Quando eu parei, eu vi umas meninas de uns 14, 15 anos, bem arrumadas, meninas humildes. Aí eu pedi para entrar na casa delas. Entrei com umas dez pessoas comigo”, justificou.
Ainda segundo ele, a intenção era apenas mostrar “que aquelas meninas venezuelanas que tinham fugido do seu país estavam fugindo da fome”. Durante a live, ele não mencionou a frase “pintou um clima”.