Quem são os candidatos a governador com maior rejeição

Pesquisas de intenção de voto realizadas nos estados têm perguntado aos eleitores não só em quem eles pretendem votar, mas, também, quais candidatos os entrevistados não escolheriam de jeito nenhum.

Esse dado, que indica a rejeição aos concorrentes, mostra também qual é o potencial de votos de cada um deles. Ou seja, o percentual aponta quanto o concorrente pode crescer. Isso é especialmente importante no segundo turno, em que o número de opções do eleitor diminui. Quanto maior a rejeição, mais difícil fica a disputa para aquele concorrente.

Para entender quais são os candidatos a governador mais rejeitados pelo eleitorado, a Gazeta do Povo compilou resultados de pesquisas do Ipec realizadas em cada um dos estados (veja dados da metodologia ao final do texto). O instituto foi escolhido porque é o que possui levantamentos recentes em todos os estados. Apenas Bahia e Pará têm dados mais antigos, do final de agosto ou início de setembro.

Quem são os candidatos mais rejeitados

Segundo o Ipec, o candidato a governador campeão de rejeição é Gilvam Borges (MDB), que disputa as eleições no Amapá. Na sequência aparecem Wilson Witzel (PMB), Petecão (PSD), Fernando Collor de Mello (PTB) e Capitão Wagner (União Brasil).

  1. Gilvam Borges (MDB), do Amapá – 50%
  2. Wilson Witzel (PMB), do Rio de Janeiro – 49%
  3. Petecão (PSD), do Acre – 46%
  4. Fernando Collor de Mello (PTB), de Alagoas – 41%
  5. Capitão Wagner (União Brasil), do Ceará – 35%
  6. Pimenta de Rondônia (Psol) – 35%
  7. Fernando Haddad (PT), em São Paulo – 34%
  8. Requião (PT), no Paraná – 34%
  9. Wilson Lima (União Brasil), no Amazonas – 34%
  10. Fátima Bezerra (PT), no Rio Grande do Norte – 31%

Borges, o líder em rejeição, é uma figura excêntrica do Amapá. Aliado de José Sarney, ele já foi senador e deputado federal, e é conhecido por criar “governos paralelos” no estado. Com sua equipe, ele chega a tapar buracos e até a construir pontos de ônibus.

Ele também é conhecido por declarações polêmicas. Em sua primeira passagem pelo Senado, por exemplo, o candidato envolveu-se em uma controvérsia ao contratar a mãe e a esposa como funcionárias de seu gabinete. “Uma me pariu e a outra dorme comigo”, justificou, à época.

Já Wilson Witzel foi eleito governador do Rio de Janeiro em 2018, mas sofreu impeachment em 2021. O processo ocorreu com base na Operação Placebo, da Polícia Federal, que investigou o desvio de dinheiro público da área da saúde. O TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro) indeferiu a candidatura de Witzel com base no processo de impeachment, mas, como cabe recurso, o ex-governador pode seguir fazendo campanha.

Seu vice, Cláudio Castro (PL), que assumiu o governo após o impeachment, também concorre a governador. Sua rejeição, porém, é bem menor, de 17%, segundo o Ipec. Castro aparece liderando a disputa: o levantamento mostra o candidato com 37% das intenções de voto, contra 27% do segundo colocado, Marcelo Freixo (PSB).

Já o senador licenciado Sérgio Petecão (PSD-AC), que concorre ao governo do Acre, tem rejeição de 46% e 5% de intenções de voto. O candidato tem mais de 30 anos na política: já foi deputado estadual, deputado federal e foi eleito senador pelo segundo mandato consecutivo em 2018. Nesse período, Petecão já foi acusado de desviar salários de assessores quando foi deputado estadual e presidente da Assembleia do Acre. Ele, porém, nega que houve apropriação de valores dos funcionários e defende que sua inocência será provada no processo. Também foi acusado de corrupção em 2006, mas foi inocentado 10 anos depois, por falta de provas.

Candidatos com rejeição alta lideram ou tentam ir ao segundo turno

Na lista dos dez mais rejeitados pelo eleitorado, de acordo com pesquisas do Ipec, estão candidatos que lideram as disputas ou têm candidaturas competitivas.

O ex-presidente Fernando Collor (PTB), que conta com o o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL), tem 20% das intenções de voto na disputa pelo governo de Alagoas. Ele está numericamente empatado, em segundo lugar, com Rodrigo Cunha (União Brasil). Quem lidera é Paulo Dantas (MDB), com 30%.

No Ceará, Capitão Wagner (União Brasil), também apoiado por Bolsonaro, tem 29% das intenções de voto. Ele está tecnicamente empatado com Elmano de Freitas (PT), que marcou 30%.

Em São Paulo, Fernando Haddad (PT) tem 34% da preferência dos eleitores, segundo o Ipec. Em segundo lugar aparece Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), com 22% – a rejeição dele é menor, de 19%. O atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB), que está em terceiro lugar (18%), tem rejeição ainda mais baixa, de 9%.

No Paraná, Requião (PT), apoiado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem 28% das intenções de voto, de acordo com o Ipec. Ele tenta levar a disputa para o segundo turno. Quem lidera é o atual governador, Ratinho Jr. (PSD), que tem 55% das intenções de voto e rejeição de 15% do eleitorado entrevistado.

Wilson Lima (União Brasil) e Fátima Bezerra (PT) também tentam a reeleição em seus estados. Lima tem 34% de intenções de voto no Amazonas, contra 26% de Amazonino Mendes (Cidadania), que está em segundo e tem rejeição de 19%. Já Bezerra tem chances de ganhar a eleição no Rio Grande do Norte ainda no primeiro turno: segundo o Ipec, ela soma 49% das intenções de voto.

Metodologia das pesquisas do Ipec

O Ipec ouviu 800 eleitores entre os dias 14 e 16 de setembro. A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é/ de 95%. A pesquisa está registrada no TRE do Amapá com o número AP-04681/2022. No TSE, o registro é o BR-03265/2022.

O Ipec entrevistou pessoalmente 1.504 eleitores entre os dias 17 a 19 de setembro de 2022 em 39 cidades fluminenses. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com os protocolos RJ-04682/2022 e BR-05082/2022.

O Ipec ouviu 800 eleitores entre os dias 16 e 18 de setembro de 2022 em 19 municípios do Acre. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%. O levantamento foi contratado pela Rede Amazônica de Rádio e Televisão e está registrado no Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com os protocolos AC-03861/2022 e BR-00155/2022, respectivamente.

O Ipec entrevistou 800 eleitores entre os dias 16 e 18 de setembro de 2022 em 35 municípios alagoanos. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pela TV Gazeta e está registrada no Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL) sob o protocolo AL-01435/2022.

O Ipec entrevistou pessoalmente 1,2 mil eleitores entre os dias 19 e 21 de setembro de 2022. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pela TV Verdes Mares e está registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) sob o número CE-03914/2022 e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-02694/2022.

O Ipec ouviu 800 eleitores entre os dias 14 e 16 de setembro. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no TRE de Rondônia com o protocolo RO-00204/2022. No TSE, o registro é o BR-05301/2022.

O Ipec entrevistou pessoalmente 2 mil eleitores entre os dias 17 e 19 de setembro de 2022 em 84 municípios paulistas. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pela TV Globo e está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o protocolo SP-05582/2022.

A pesquisa eleitoral encomendada pela RPC TV para o Ipec entrevistou 1,2 mil pessoas, entre os dias 13 e 15 de setembro, em 57 municípios paranaenses. A margem de erro do levantamento é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o código BR-01166/2022; e no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sob o código PR-02436/2022.

O Ipec ouviu 800 pessoas entre os dias 14 e 16 de setembro de 2022. A  margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. O registro no TRE do Amazonas é o AM-01902/2022.

A pesquisa eleitoral encomendada pela Inter TV para o Ipec entrevistou 800 pessoas, entre os dias 6 e 8 de setembro. A margem de erro do levantamento é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) sob o número RN-05706/2022.

Referência: https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/pesquisas-ipec-candidatos-governador-rejeicao/

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