Primeiro-ministro japonês remodela gabinete — RT World News
A medida segue uma queda nas classificações de Fumio Kishida e indignação pública sobre as ligações do partido no poder a um controverso grupo religioso.
O primeiro-ministro japonês Fumio Kishida reorganizou seu gabinete na quarta-feira, removendo vários ministros ligados à controversa Igreja da Unificação, que ganhou destaque após o assassinato do ex-primeiro-ministro Shinzo Abe.
Abe, que liderou o governo entre 2012 e 2020, foi morto a tiros durante um evento público em julho. Seu assassino disse que tinha rancor contra o político, a quem acusou de promover a igreja, que supostamente levou sua mãe à falência por meio de doações.
Vários ministros do gabinete de Kishida e membros do Partido Liberal Democrata, no poder, divulgaram ligações com a Igreja da Unificação, agora oficialmente chamada de Federação da Família para a Paz Mundial e Unificação.
Alguns representantes da igreja já haviam sido condenados no Japão por solicitar dinheiro de seguidores por meios ilegais, incluindo ameaças. Os críticos afirmam que a organização é na verdade uma seita.
Os laços do governo com a igreja foram responsabilizados pelo recente deslize no apoio público de Fumio Kishida, já que as classificações do primeiro-ministro caíram abaixo de 50% pela primeira vez desde que assumiu o cargo em outubro de 2021.
O primeiro-ministro, que insiste que não tem conexões com a Igreja, disse que precisava de uma administração estável para enfrentar “os maiores desafios do pós-guerra” como a pandemia de Covid-19, a alta inflação, o conflito na Ucrânia e as tensões sobre Taiwan.
A nova formação do gabinete foi anunciada várias horas depois que o governo anterior anunciou sua renúncia.
Kishida decidiu manter o secretário-chefe do gabinete Hirokazu Matsuno, o ministro das Relações Exteriores Yoshimasa Hayashi e o ministro das Finanças Shunichi Suzuki.
No entanto, o ministro da Defesa Nobuo Kishi, o irmão mais novo do falecido Shinzo Abe, foi apresentado como parte da remodelação. Kishi, que se acredita ter problemas de saúde, admitiu ter recebido apoio da igreja em eleições anteriores. Ele será substituído por Yasukazu Hamada, que anteriormente atuou como ministro da Defesa entre 2008 e 2009.
Outras nomeações notáveis incluem a ministra de Segurança Econômica Sanae Takaichi, conhecida por sua postura agressiva em política externa, e a ministra de digitalização Taro Kono, que foi o principal diplomata do Japão entre 2017 e 2019, e recentemente chefiou o escritório de relações públicas do Partido Liberal Democrata.
Entre os desafios imediatos enfrentados pelo novo governo estão a elaboração de um orçamento para o próximo ano fiscal, a organização de um funeral de Estado para Abe e a revisão dos documentos de estratégia e política de defesa do país, segundo a mídia local.
Você pode compartilhar esta história nas redes sociais: