A segurança na região do Vale do Javari, no Amazonas, voltou a ser tratada na quarta-feira (29) durante reunião do procurador-geral da República, Augusto Aras, com o presidente da Funai, Marcelo Xavier, em Brasília.
A segurança na região do Vale do Javari, no Amazonas, voltou a ser tratada na quarta-feira (29) durante reunião do procurador-geral da República, Augusto Aras, com o presidente da Funai, Marcelo Xavier, em Brasília.| Foto: Leonardo Prado/Secom/MPF

O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu a adoção de medidas emergenciais para aumentar a segurança dos servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) que atuam no Vale do Javari, no Amazonas, região onde o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips foram assassinados. Na última semana, Aras havia cobrado providências do governo federal e do governo estadual. O assunto voltou a ser tratado na quarta-feira (29) durante reunião com o presidente da Funai, Marcelo Xavier, em Brasília.

No encontro, Aras fez um breve relato da visita que fez na região nos dias 19 e 20 de junho e destacou ter percebido, durante a conversa com os agentes da Funai no local, um sentimento de abandono, o que demandaria providências urgentes.

O procurador-geral reconheceu, entretanto, a complexidade da situação, como a diversidade de grupos criminosos na região e a impossibilidade de soluções definitivas. “A marca da nossa gestão é o diálogo. Não queremos atrapalhar a Funai, mas contribuir para mitigar os problemas verificados naquela região e que antecedem os dois homicídios”, afirmou Aras.

Segundo o PGR, não é razoável que pessoas que exercem atividade comprovadamente perigosa, como os agentes da Funai, não tenham porte de arma ou não possam contar com segurança seja de forças públicas ou privadas. “Abandonos institucionais não podem existir. Eu vi nos olhos dos servidores essa sensação de abandono, que vai além do medo”, disse Aras.