A Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE) pediu a anulação de uma
ação do PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, contra o PT por propaganda
eleitoral antecipada que teria sido realizada durante
um show da cantora Daniela Mercury no ato das centrais sindicais em
homenagem ao Dia do Trabalho. Na decisão do dia 28 de junho, o vice-procurador-geral
eleitoral Paulo Gustavo Gonet Branco considerou que houve ausência de imputação
de conduta ao PT que o caracterize como realizador ou beneficiário da propaganda
eleitoral extemporânea.
Na ocasião, a cantora declarou voto em Lula e afirmou que “quem
não votar para Lula vai estar contra a Amazônia, contra tudo que a gente
acredita e vem construindo democraticamente para esse país”. Em sua defesa, o Partido
dos Trabalhadores argumentou que não tem ingerência ou gestão sobre o encontro
realizado anualmente em comemoração ao Dia do Trabalhador e que o evento sempre
foi promovido pelas centrais sindicais.
Dois dias depois do ato, descobriu-se, por meio de uma publicação no Diário Oficial da cidade de São Paulo, que o evento das centrais sindicais havia sido bancado com dinheiro público. Pelo menos R$ 100 mil foram alocados para pagar o show de Daniela Mercury. A Controladoria-Geral do Município, órgão que pertence à prefeitura, anunciou em seguida a suspensão do repasse do dinheiro que seria usado para pagar o show até que se verifique se a contratação está de acordo com as regras vigentes, nas quais é vedada a manifestação político-partidária. Uma sindicância foi aberta para investigar o caso.