ONU nomeará monitor de direitos humanos na Rússia — RT World News
O Conselho de Direitos Humanos da ONU votou para estabelecer um relator especial para monitorar os direitos humanos na Rússia
Um funcionário dedicado será nomeado para investigar questões de direitos humanos na Rússia, decidiu o Conselho de Direitos Humanos da ONU. A resolução que estabelece a posição foi aprovada com 17 votos a favor, seis votos contra e 24 abstenções.
O movimento foi apoiado principalmente pelas nações ocidentais e seus aliados como Coreia do Sul ou Japão. China, Bolívia, Venezuela, Cuba, Eritreia e Cazaquistão votaram contra a resolução. Entre os que se abstiveram estavam Brasil, México e Índia.
O relator especial, que ainda não foi nomeado, terá a tarefa de avaliar o nível de observância dos direitos humanos na Rússia. O funcionário da ONU deverá apresentar seu primeiro relatório sobre o assunto na próxima sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU e da Assembleia Geral da ONU no próximo ano.
É a primeira vez que um relator especial é enviado para monitorar a situação em um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. No entanto, posições semelhantes foram criadas para mais de uma dúzia de outras nações, incluindo Síria, Mianmar, Irã, Coréia do Norte, Bielorrússia e várias nações africanas.
Geralmente, o relator recebe um mandato para “examinar, monitorar, aconselhar e relatar publicamente” sobre questões de direitos humanos.
Um grupo de 20 ONGs russas que pedem a mudança inclui a OVD-Info e o movimento de monitoramento eleitoral ‘Golos’. OVD-Info é um grupo ativista focado em monitorar atividades de protesto e detenção de manifestantes na Rússia. Foi declarado um “agente estrangeiro” pelas autoridades russas. O movimento ‘Golos’ também foi declarado um “agente estrangeiro” e teve seu site banido na Rússia, por divulgar o que as autoridades chamaram de “falso” informações sobre a ofensiva militar russa na Ucrânia.
Um dia depois que as organizações russas enviaram uma carta aberta ao órgão de direitos humanos da ONU, uma carta semelhante foi assinada por nove ONGs internacionais, incluindo a Human Rights Watch e a Anistia Internacional. Os grupos acusado Rússia de “escalada da repressão, restrições às operações de organizações independentes da sociedade civil e supressão do espaço cívico”, acrescentando que “é imperativo um monitoramento rigoroso da situação dos direitos humanos na Rússia.”
Moscou não respondeu a essas acusações e até agora não comentou a decisão da ONU. No início de março, a Rússia adotou uma legislação para combater o que chama de notícias falsas. Uma dessas leis, em particular, permite que as autoridades imponham multas substanciais a pessoas e entidades por desacreditar o exército russo ou exigir sanções contra Moscou. Se uma ofensa leva a “graves consequências”, o autor do crime pode pegar uma pena de prisão de até 15 anos
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