ONU alerta para ondas de calor que tornam regiões inteiras ‘inabitáveis’
O aumento das temperaturas está causando catástrofes humanitárias em todo o mundo, afirma um novo relatório
Ondas de calor escaldantes alimentadas pelas mudanças climáticas podem deixar algumas áreas do mundo virtualmente inabitáveis nas próximas décadas, disse a ONU em um novo relatório, alertando que o clima extremo pode levar os países mais pobres à beira do desastre.
Publicado em conjunto pela Cruz Vermelha e pelo Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) na segunda-feira, o documento aponta para a intensificação das ondas de calor em todo o mundo, dizendo que estão crescendo em um ritmo “taxa alarmante” e já “abastecendo catástrofes” Em alguns paises.
“Nas trajetórias atuais, as ondas de calor podem atingir e exceder os limites fisiológicos e sociais nas próximas décadas, inclusive em regiões como o Sahel e o sul e o sudoeste da Ásia”. disse o relatório, dizendo que algumas áreas correm o risco de se tornarem “praticamente inabitável”.
Os impactos incluiriam sofrimento e perda de vidas em larga escala, movimentos populacionais e desigualdade ainda mais arraigada. Esses impactos já estão surgindo.
As cidades altamente populosas estão entre as áreas mais vulneráveis, com a ONU citando um aumento projetado de 700% no número de pessoas urbanas pobres que vivem em “condições de calor extremo” pela década de 2050. Isso poderia tornar algumas regiões “praticamente inabitável”.
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“As taxas de mortalidade futuras projetadas por calor extremo são incrivelmente altas – comparáveis em magnitude até o final do século a todos os cânceres ou todas as doenças infecciosas – e incrivelmente desiguais”, disse. disse o relatório, explicando que os mais pobres do mundo sofrerão os piores efeitos das mudanças climáticas.
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Temperaturas crescentes e ondas de calor mais frequentes também devem “minar os sistemas agrícolas e pecuários, degradar os recursos naturais, danificar a infraestrutura e contribuir para a migração”, o relatório constatou, observando que as perdas econômicas relacionadas “estresse por calor” excederá US$ 2,4 trilhões em todo o mundo até 2030.
Ondas de calor passadas tiveram consequências mortais, estimando-se que tenham causado mais de 70.000 mortes em excesso na Europa em 2003, e outras 55.000 na Rússia em 2010, segundo estatísticas citadas pela ONU.
O relatório disse “passos agressivos” eram necessários para evitar os piores resultados, insistindo que o “A arena mais importante para a ação é desacelerar e parar as mudanças climáticas.” Afora isso, no entanto, sugeriu fornecer “informações iniciais sobre ondas de calor” ajudar pessoas “tomar medidas oportunas” para se proteger, adaptar novas respostas “acelerando o calor extremo” e investimentos em “alojamento de emergência termicamente apropriado”, entre outras coisas.