o que o Fed quer ‘vs’ o que o mercado quer Por Investing.com
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Por Laura Sanches
Investing.com – Nesta sexta-feira, às 9h30 (horário de Brasília), serão divulgados os nos EUA para o mês de agosto. Espera-se que a criação de novos salários não agrícolas caia para 300.000 (contra 528.000 no mês anterior), com a permanecendo em 3,5%.
Este é um dos dados que o dos EUA (Fed) acompanha de perto, juntamente com a inflação, na definição da sua estratégia de política monetária, em um momento de expectativa por novas altas das taxas de juro na reunião de 21 de setembro.
“Um bom dado de emprego se somaria aos bons números de ontem da manufatura ISM, estável ‘vs’ deterioração esperada, com recuperação do emprego, novas encomendas e moderação nos preços”, destaca Renta 4.
“Os bons números macro deste país são atualmente interpretados pelos investidores em chave ‘negativa’, pois entendem que se a economia for resistente, o Federal Reserve (Fed) terá mais margem para continuar elevando suas taxas de juros com o objetivo de ‘domar’ a inflação”, explicam na Link Securities.
O Bankinter concorda: “O relatório de emprego terá uma leitura contraintuitiva, pois um número melhor do que o esperado teria um impacto negativo tanto nos mercados de ações quanto nos títulos. A contínua criação de emprego juntamente com o aumento dos salários (+5,3% esp.) seria um novo sinal de força na economia dos EUA e uma nova razão para pensar em aumentos mais agressivos por parte do Fed”.
“Hoje poderemos verificar se essa premissa está correta. Alguns números acima dos 300.000 empregos líquidos esperados pelo consenso dos analistas podem ser considerados negativos pelos investidores, causando novas quedas nos mercados de títulos e ações. Pelo contrário, acreditamos que alguns dados piores do que o esperado pelo mercado seriam bem recebidos por eles, facilitando uma recuperação nas últimas horas da sessão”, apontam esses analistas.
“O alto nível de overselling nos índices e em muitas ações após as fortes quedas acumuladas nas últimas semanas, acreditamos que vai ‘fortalecer’ essa reação, caso ocorra. Assim, ‘boas notícias’ seriam ‘ruins’ para os mercados e vice-versa”, concluem esses especialistas.