o desempenho em 2022 dos medalhões derrotados em 2018

A eleição de 2018 teve como um dos seus principais resultados a derrota de nomes que acumulavam mandatos e eram vistos como expoentes da “velha política” no Congresso. Figuras como Roberto Requião (então no MDB-PR), Eunício Oliveira (MDB-CE), Romero Jucá (MDB-RR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) fracassaram nas tentativas de renovarem suas vagas no Senado há quatro anos.

Parte destes “medalhões” voltou às urnas em 2022, e os resultados obtidos foram distintos. Magno Malta (PL-ES), outro que falhou na busca pela renovação do mandato no Senado em 2018, triunfou na eleição atual, somando 821.189 votos e superando a titular da cadeira, Rose de Freitas (MDB-ES). Já Garibaldi Alves Filho (MDB-RN), mais um derrotado de 2018, presidente do Senado entre 2007 e 2009, não conseguiu se eleger deputado federal.

A eleição de 2022 consagrou o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro. A legenda conquistou as maiores bancadas tanto na Câmara quanto no Senado, com 99 deputados federais eleitos e oito senadores.

Confira abaixo o desempenho em 2022 dos “medalhões” derrotados na eleição de 2018.

Eunício Oliveira (MDB-CE)
O representante do Ceará disputou a eleição de 2018 na condição de presidente do Senado, o que não foi suficiente para que ele vencesse Eduardo Girão (Podemos) e Cid Gomes (PDT) na tentativa de renovar sua vaga. Em 2022, optou por não enfrentar o ex-governador Camilo Santana (PT), favorito para a disputa ao Senado. Concorreu a uma vaga na Câmara e recebeu 188.289 votos, ficando na quarta colocação no estado.

Roberto Requião (PT-PR)
O ex-senador do Paraná deixou o MDB em 2021 e, no ano seguinte, ingressou no PT para ser o candidato do partido ao governo do estado. O projeto, porém, esbarrou na popularidade do governador Ratinho Júnior (PSD), reeleito ainda em primeiro turno. Requião somou apenas 26,2% dos votos válidos. Aos 81 anos, o ex-senador disse que não confirma e nem descarta uma nova candidatura nas eleições seguintes.

Romero Jucá (MDB-RR)
Ex-presidente do MDB e aliado dos governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), Jucá perdeu sua vaga no Senado em 2018 por menos de mil votos. Já em 2022, o tombo foi maior: cerca de 27 mil votos separaram Jucá de Hiran Gonçalves (PP), o vencedor da corrida ao Senado. Jucá permanecerá sem mandato até, no mínimo, 2025.

Garibaldi Alves (MDB-RN)
O ex-presidente do Senado somou 92.753 votos na tentativa de se eleger deputado federal. O resultado o colocou em quinto lugar na lista dos candidatos à Câmara em seu estado, que elege oito deputados federais. Garibaldi, porém, não foi eleito por conta das regras do coeficiente eleitoral – o MDB não conseguiu votos suficientes no Rio Grande do Norte para amealhar uma cadeira na Câmara.

Lindbergh Farias (PT-RJ)
Assim como Eunício Oliveira e Garibaldi Alves, o petista optou em 2022 por não concorrer novamente ao Senado, e sim a uma vaga na Câmara. Foi bem-sucedido: recebeu 152.219 votos, sendo o oitavo colocado no Rio de Janeiro. Retornará à Câmara após 15 anos. Ele exerceu mandato na casa entre 1995 e 1999 e 2003 e 2007.

Miro Teixeira (PDT-RJ)
Deputado constituinte e ex-ministro no primeiro mandato de Lula, que acumulou 11 mandatos na Câmara, Miro tentou uma vaga no Senado em 2018 e acabou na sétima colocação. Em 2022 tentou voltar à Câmara e não alcançou o objetivo. Somou apenas 20.805 votos. Em 2014, quando havia concorrido à Câmara pela última vez, teve 58.409 votos.

Magno Malta (PL-ES)
O apoiador de primeira hora de Jair Bolsonaro teve uma das derrotas mais marcantes de 2018. Depois de ser cogitado para concorrer como vice de Bolsonaro, optou por disputar novamente o Senado e foi superado por Fabiano Contarato e Marcos do Val, que na ocasião eram candidatos pela primeira vez. Agora em 2022, Malta retomou a candidatura ao Senado e obteve sucesso. Neste segundo turno, está empenhado na campanha de Bolsonaro.

Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
A ex-senadora, que foi uma das principais militantes no Congresso no combate ao impeachment de Dilma, falhou em sua empreitada para tentar voltar ao Legislativo. Recebeu 36.816 votos para deputada federal, patamar que a deixou bem abaixo dos eleitos no Amazonas.

Não se candidataram
Outros “medalhões” derrotados em 2018 optaram por não voltar às urnas em 2022. Um exemplo é Cássio Cunha Lima. Na eleição atual, ele está dedicado à candidatura do filho, Pedro Cunha Lima (PSDB), que disputa o segundo turno para o governo da Paraíba contra João Azevedo (PSB). Cristovam Buarque (Cidadania-DF), ex-ministro e ex-senador, se colocou em 2022 como um “observador” da política. Ele anunciou, já no primeiro semestre, apoio a Lula na corrida presidencial, e participou de um ato promovido pelo PT que reuniu em torno do petista antigos concorrentes ao Palácio do Planalto, como Geraldo Alckmin e Henrique Meirelles, entre outros. José Agripino (União Brasil-RN) também escolheu ficar de fora das urnas e recentemente declarou apoio a Jair Bolsonaro. Já Edison Lobão (MDB-MA) também preferiu não concorrer, e viu seu filho Edinho fracassar na tentativa de se eleger deputado federal.

Referência: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/vitorias-e-fracassos-o-que-aconteceu-com-os-medalhoes-derrotados-em-2018/

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