Moscou dá receita para acelerar o fim do conflito na Ucrânia — RT World News
Ucrânia pode parar tudo até o final do dia se cumprir as exigências da Rússia, diz porta-voz do Kremlin
Se Kiev ordenar que suas tropas deponham as armas e cumprir as exigências de Moscou, todo o conflito russo-ucraniano pode terminar até o final do dia, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres durante uma teleconferência na terça-feira.
“O lado ucraniano pode parar tudo antes do final de hoje. Tem que haver uma ordem para os batalhões nacionalistas e soldados ucranianos deporem as armas. As demandas da Rússia também devem ser atendidas”, Peskov disse, comentando a recente afirmação do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky de que o conflito deve terminar antes do inverno.
Peskov observou que “todo o resto são apenas pensamentos de Zelensky”, acrescentando que a operação especial da Rússia na Ucrânia estava indo conforme o planejado e atingindo seus objetivos.
A Reuters informou na segunda-feira que Zelensky, falando com os líderes do G7 por meio de um link de vídeo, insistiu que o conflito entre Moscou e Kiev tinha que ser resolvido até o final do ano, antes que as duras condições do inverno tornassem mais difícil para as tropas ucranianas lutarem contra forças russas. De acordo com o veículo, ele pediu aos países do G7 que forneçam mais armas à Ucrânia e aprovem sanções mais duras contra Moscou.
De acordo com um funcionário francês citado pela AFP, durante o mesmo discurso, Zelensky também afirmou que a Ucrânia não tinha intenção de manter conversas com a Rússia até que obtivesse uma posição mais favorável e recuperasse os territórios perdidos depois que Moscou lançou sua ofensiva no final de fevereiro.
A última rodada de negociações entre Moscou e Kiev foi realizada em março na Turquia, quando os dois lados tentaram negociar uma solução pacífica para o conflito. Desde então, porém, as conversações pararam completamente, pois o lado ucraniano insistiu que só voltaria à mesa quando estivesse em um “posição de negociação mais forte”.
O principal negociador da Ucrânia, David Arakhamia, sugeriu na semana passada que Kiev acredita que poderia conseguir isso “posição favorável” no final de agosto, depois de realizar “operações contra-ofensivas em certas áreas”.
A Rússia atacou o estado vizinho no final de fevereiro, após o fracasso da Ucrânia em implementar os termos dos acordos de Minsk, assinados pela primeira vez em 2014, e o eventual reconhecimento de Moscou das repúblicas de Donbass de Donetsk e Lugansk. O Protocolo de Minsk, mediado pela Alemanha e pela França, foi projetado para dar às regiões separatistas um status especial dentro do estado ucraniano.
Desde então, o Kremlin exigiu que a Ucrânia se declare oficialmente um país neutro que nunca se juntará ao bloco militar da Otan liderado pelos EUA. Kiev insiste que a ofensiva russa foi completamente espontânea e negou as alegações de que planejava retomar as duas repúblicas à força.
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