Morre Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras e delator da Lava Jato
O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa morreu, aos 68 anos, na tarde deste sábado (13). A causa da morte não foi divulgada, informou o jornal O Globo. Em 2014, Costa ficou conhecido nacionalmente ao ser preso e se tornar o primeiro delator da operação Lava Jato a revelar esquemas de corrupção envolvendo partidos políticos na Petrobras.
Na época, o Ministério Público Federal (MPF) acusou Costa de integrar e comandar junto com o doleiro Alberto Youssef uma organização criminosa para obter contratos fraudados com a estatal. Ele passou cerca de cinco meses detido na Polícia Federal em Curitiba. Depois foi para a prisão domiciliar no Rio, por mais um ano.
Após fechar o acordo de delação premiada, em agosto de 2014, ele delatou o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e a ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney, entre outros.
Além disso, Costa teria citado nomes como o ex-senador Romero Jucá, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o atual ministro da Casa Civil Ciro Nogueira (PP-PI). Todos negaram envolvimento na ocasião. O engenheiro confessou ter sido indicado para o cargo pelo PP, em troca de arrecadar propina para o partido.
A Diretoria de Abastecimento, comandada por Costa, era a responsável por grandes volumes de investimentos da petroleira, como o da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.
O ex-diretor da Petrobras chegou a devolver R$ 79 milhões à companhia. Costa também renunciou aos valores mantidos em contas bancárias e investimentos no exterior, que somavam US$ 25,8 milhões (US$ 2,8 milhões de uma conta nas Ilhas Cayman e US$ 23 milhões mantidos na Suíça).
Paulo Roberto Costa nasceu em Telêmaco Borba, no Paraná. Ele se formou em engenharia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e ingressou na Petrobras em 1977. Na estatal, ele foi diretor de Abastecimento entre 2004 e 2012.