Moro pressiona por leis mais rígidas após delação sobre suposta relação entre PT e PCC
Na sexta-feira (1º), a revista Veja divulgou trechos de delação premiada de Marcos Valério à Polícia Federal em que o empresário cita relação entre PT e PCC| Foto: Reprodução

O ex-juiz federal e ex-ministro Sergio Moro (União) foi às redes sociais neste domingo (3) para pressionar pela aprovação de regras mais rígidas para blindar a administração pública da influência do crime organizado. A publicação ocorre dois dias após a divulgação de vídeo com trechos da delação premiada do empresário Marcos Valério, condenado a 37 anos de prisão por ser o operador financeiro do esquema do mensalão, que proximidade entre o Partido dos Trabalhadores (PT) e a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).

“Na minha gestão no Ministério da Justiça, combatemos
implacavelmente o crime organizado, PCC e outras siglas. Aprovamos a lei do
confisco alargado de bens, isolamos os líderes em presídios federais, sem
comunicação externa não-monitorada, entre outras medidas. Assistindo o recente
noticiário, concluo que precisamos continuar essa luta, urgindo a aprovação de
lei que impeça com maior rigor a infiltração do crime organizado na
Administração Pública e em partidos políticos. Chega de diálogos cabulosos”,
disse Moro.

Nos trechos divulgados da delação, Valério disse à Polícia
Federal que soube de um esquema que consistia no repasse, ao PT, de dinheiro
que o PCC lavava por meio de empresas de ônibus, bingos e de transporte
clandestino. O episódio, de acordo com Valério, ocorreu antes de o PT vencer
pela primeira vez as eleições presidenciais, o que aconteceu em 2002, com Luiz
Inácio Lula da Silva. No mesmo depoimento, Valério disse também que o então
prefeito Celso Daniel, de Santo André (SP), elaborou um dossiê com os nomes dos
beneficiários do esquema, o que acabou se perdendo. Daniel foi assassinado em
janeiro de 2002.