Pelo menos um terço dos alemães com baixa renda pode não conseguir pagar contas de energia cada vez mais altas, alertou a Associação Alemã de Inquilinos (DMB), instando o governo a fazer mudanças nos programas habitacionais.

“Isso é um monte de gente”, Lukas Siebenkotten, chefe do DMB, disse ao jornal Der Tagesspiegel no domingo. “Estamos falando de milhões aqui.”

Siebenkotten instou o governo a permitir que mais pessoas reivindiquem benefícios de moradia após o aumento dos preços da energia. “Os inquilinos também devem ser protegidos da rescisão de contratos se não puderem fazer pagamentos antecipados maiores”, ele disse.

As declarações vieram depois que Klaus Mueller, chefe da Agência Federal de Redes, regulador de gás da Alemanha, alertou que os consumidores deveriam conservar pelo menos 20% do gás para evitar escassez durante o inverno.

“Em todos os outros cenários, enfrentamos a ameaça de escassez de gás já em dezembro ou temos escassez de baixo nível no final da próxima temporada de aquecimento”. Mueller disse, descrevendo os preços atuais do gás como “astronomicamente alto”.

A alta inflação e o aumento dos custos de energia na Alemanha foram exacerbados pelos temores de que a Rússia possa cortar completamente o fornecimento de gás natural ao país. A Alemanha e outros estados da UE impuseram sanções abrangentes a Moscou em resposta à sua campanha militar na Ucrânia e divulgaram um plano para eliminar gradualmente o gás russo.

No entanto, o governo alemão alertou repetidamente que o fim imediato dos suprimentos de Moscou prejudicaria gravemente a economia, aumentaria o desemprego e reduziria os padrões de vida.

A empresa de gás russa Gazprom diminuiu o fluxo para a Alemanha através do gasoduto Nord Stream 1 do Mar Báltico e depois suspendeu as entregas por 10 dias no mês passado para trabalhos de manutenção.

De acordo com a Gazprom, o processo de manutenção de rotina foi interrompido pelo atraso de uma turbina reparada no Canadá, que Ottawa inicialmente se recusou a devolver à Alemanha devido a sanções.

Berlim lançou um plano de economia de gás no final do mês passado, que inclui aumentar as reservas em instalações de armazenamento de gás e usar mais usinas de carvão.

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