Migração do voto, rejeição e outros dados da pesquisa BTG/FSB



Pesquisa eleitoral BTG/FSB, divulgada nesta segunda-feira (27), apontou a tendência de que, neste momento, o petista Luiz Inácio Lula da Silva seja o maior beneficiário da migração de voto dos potenciais eleitores da “terceira via” em um eventual segundo turno contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). No cenário de primeiro turno testado pela FSB Pesquisa, os pré-candidatos a presidente Ciro Gomes (PDT), Simone Tebet (MDB), André Janones (Avante) e Pablo Marçal (Pros) somaram 14% das intenções de voto.

O maior percentual de repasse de votos para o ex-presidente se deu entre os eleitores de Ciro Gomes (8%). Desses, 58% sinalizaram que escolheriam Lula e outros 16% disseram preferir apoiar Bolsonaro no segundo turno.

Já entre os potenciais eleitores de Simone Tebet (3%), o percentual é de 36% para Lula e 14% para Bolsonaro, enquanto 49% desses entrevistados afirmara que anulariam o voto ou votariam em branco se tivessem que escolher entre os dois.

Entre os que disseram que no primeiro turno votariam nos demais pré-candidatos (3%), o percentual de votos transferidos no segundo turno é de 45% para Lula e 38% para Bolsonaro.

Votos entre os perfis socioeconômicos

Nos resultados gerais da pesquisa, no primeiro turno, Lula tinha 43% nas intenções de voto e Boslonaro, 33%. Porém, a pesquisa BTG/FSB mostrou variações nesses percentuais quando os entrevistados foram estratificados por perfis socioeconômicos.

Lula tem mais potencial entre jovens de 16 a 24 anos (51%), mulheres (50%), eleitores de 41 a 59 anos (47%) e entre os que têm ensino fundamental completo (54%). A intenção de voto do petista também é maior do que a geral entre os entrevistados que se declararam católicos (47%), ateus ou agnósticos (61%) e pessoas com renda de até dois salários mínimos (63% entre os que recebem até um salário mínimo e 56% entre os que recebem de um a dois).

Bolsonaro, por sua vez, tem um desempenho melhor do que o resultado geral da pesquisa entre homens (40%), eleitores de 24 a 40 anos (37%) e os que têm ensino médio completo (40%). O presidente também tem mais intenções de voto entre os evangélicos (48%) e as pessoas com renda maior do que dois salários mínimos (40% entre quem recebe de 2 a 5,5 salários e 51% entre quem recebe mais do que 5,5 salários).

Por fim, entre as regiões de domicílio dos entrevistados, Bolsonaro se sai melhor nos estados do Sul (43% a 32%), enquanto Lula aparece à frente nos estados do Nordeste (61% a 21%). O petista têm vantagem numérica no Norte/Centro-Oeste (43% contra 37% de Bolsonaro) e no Sudeste (36% a 35%), mas estão tecnicamente empatados.

Rejeição e potencial de voto entre os candidatos

Outro indicador analisado pela pesquisa da BTG/FSB foi a rejeição e potencial de voto entre os candidatos. Em comparação com a pesquisa divulgada pela BTG/FSB em 13 de junho, Bolsonaro aumentou o potencial de voto, de 39% para 40%, e diminuiu a rejeição, de 59% para 57%. As variações estão dentro da margem de erro da pesquisa.

Lula se manteve estável em ambos os levantamentos, com a manutenção dos 54% em potencial de voto e 44% da rejeição dos eleitores.

Ciro registrou queda no potencial de voto, de 43% para 38%, e elevação na rejeição, de 48% a 51%. Tebet manteve o potencial de voto em 13% e registrou queda na rejeição, de 29% a 27%, sendo a candidata com o menor índice nesse quesito. E André Janones (Avante) registrou alta no percentual de voto, de 11% a 12%, e queda na rejeição de 31% para 28%.

Avaliação ao Governo Bolsonaro

A BTG/FSB ainda analisou a avaliação dos eleitores sobre o Governo Bolsonaro. Entre os entrevistados, 50% consideram o governo ruim ou péssimo – alta de 1 ponto percentual em comparação com o levantamento divulgado em 13 de junho.

Já a avaliação ótima ou boa se manteve estável, com 29% entre os entrevistados, bem como o público que analisa o governo como regular, que permaneceu com 21%.

Metodologia da pesquisa

O Instituto FSB Pesquisa ouviu, por telefone, dois mil eleitores entre os dias 24 e 26 de junho de 2022. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%. A pesquisa foi encomendada pelo banco BTG Pactual e está registrada no TSE com o protocolo BR-05022/2022. Confira a pesquisa completa, em PDF, aqui.

Por que a Gazeta do Povo publica pesquisas eleitorais

A Gazeta do Povo publica há anos todas as pesquisas de intenção de voto realizadas pelos principais institutos de opinião pública do país. Você pode conferir os levantamentos mais recentes neste link, além de reportagens sobre o tema.

As pesquisas de intenção de voto fazem uma leitura de momento, com base em amostras representativas da população. Métodos de entrevistas, a composição e o número da amostra e até mesmo a forma como uma pergunta é feita são fatores que podem influenciar o resultado. Por isso é importante ficar atento às informações de metodologias, encontradas no fim das matérias da Gazeta do Povo sobre pesquisas eleitorais.

Feitos esses apontamentos, a Gazeta considera que as pesquisas eleitorais, longe de serem uma previsão do resultado das eleições, são uma ferramenta de informação à disposição do leitor, já que os resultados divulgados têm potencial de influenciar decisões de partidos, de lideranças políticas e até mesmo os humores do mercado financeiro.



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