Os EUA e seus aliados seriam capazes de romper um bloqueio naval chinês a Taiwan se Pequim decidir isolar a ilha autônoma, assegurou o almirante Samuel Paparo, comandante da frota americana do Pacífico.

A China certamente possui “o número de navios e a capacidade no mar para executar um bloqueio” de Taiwan, Paparo disse a jornalistas no Havaí, que abriga a sede da Frota do Pacífico. Seus comentários foram divulgados pela agência de notícias japonesa Nikkei na quarta-feira.

“A pergunta que se segue é ‘Os aliados têm a capacidade de quebrar esse bloqueio?’ E a resposta para isso é um retumbante ‘sim’” observou o almirante.

Paparo chegou a sugerir que Washington poderia frustrar os planos da China de isolar a ilha por conta própria, sem a ajuda de aliados, devido ao volume de poder de fogo e “superioridade em domínios-chave”.

Em agosto, a China realizou os maiores exercícios militares de todos os tempos em torno de Taiwan em resposta a uma visita da presidente da Câmara dos EUA, Nancy Pelosi, efetivamente cortando a ilha do resto do mundo por dias. Aviões e embarcações na área foram avisados ​​sobre os exercícios e tiveram que mudar de rota.

Um funcionário não identificado dos EUA disse ao Nikkei que Pequim poderia “essencialmente bloquear o acesso de Taiwan, através da imposição repetida desses tipos de áreas de fechamento, legalmente, com segurança e de uma maneira que seria extraordinariamente difícil, tanto para Taiwan quanto para os EUA, desafiar e combater”.

Tal abordagem permitiria à China isolar a ilha sem realmente anunciar um bloqueio. Nesse caso, Washington não poderia concluir definitivamente que existe um bloqueio, o que o impediria de lançar uma operação para removê-lo, ressaltou Nikkei.

O presidente dos EUA, Joe Biden, disse em várias ocasiões que os Estados Unidos interviriam militarmente se Pequim decidisse usar a força para obter o controle de Taiwan.

Durante uma entrevista com ’60 Minutes’ na CBS News no mês passado, Biden foi perguntado se “As forças dos EUA, homens e mulheres dos EUA defenderiam Taiwan no caso de uma invasão chinesa?” O presidente respondeu, dizendo “sim.”

Taiwan é autogovernada desde 1949, mas nunca declarou oficialmente independência da China, com Pequim considerando-a parte de seu território sob a política de Uma Só China.

Apesar de afirmar consistentemente seu apoio à abordagem, Washington mantém fortes laços não oficiais com a ilha de 23,5 milhões de habitantes, vendendo armas para Taipei e apoiando seu esforço pela independência. Pequim há muito protesta contra esses contatos, dizendo que eles eram provocativos e violavam a soberania da China.

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