Longo atraso em obuses alemães para a Ucrânia, revela relatório
A primeira das armas autopropulsadas de Berlim só pode ser entregue a Kiev em dois anos e meio, segundo Die Welt
A Alemanha concordou em fornecer 18 obuses autopropulsados RCH-155 para a Ucrânia, além do armamento pesado que Berlim já prometeu entregar, afirmou o Die Welt. No entanto, a primeira remessa está a pelo menos 30 meses de distância, informou o canal no sábado, citando o fabricante.
Segundo o Die Welt, em 14 de julho o ministro da Defesa da Ucrânia, Alexey Reznikov, enviou uma carta à sua colega alemã Christine Lambrecht, pedindo a Berlim que autorizasse a venda de obuses RCH-155 no valor de 216 milhões de euros. Durante semanas, o governo alemão teria deliberado sobre o pedido de Kiev, sem emitir nenhuma resposta oficial.
No entanto, na sexta-feira, o embaixador interino da Ucrânia na Alemanha, Andrey Melnik, disse à agência que Berlim finalmente deu luz verde ao carregamento e financiamento dos obuses.
“Com isso, uma grande contribuição está sendo feita para fortalecer massivamente a capacidade de ataque do exército ucraniano,”, observou o diplomata.
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O relatório, citando o fabricante Krauss-Maffei Wegmann (KMW), afirmou que os primeiros obuses RCH-155 estarão prontos para embarque para a Ucrânia em 30 meses, no mínimo. Por enquanto, a empresa de defesa está esperando um sinal claro do governo alemão de que os sistemas de armas serão de fato exportados para a Ucrânia.
Como o artigo aponta, o obus RCH-155 usa o mesmo tipo de munição que o obus autopropulsado PzH 2000 de fabricação alemã, dez unidades das quais Berlim já forneceu a Kiev.
Autoridades alemãs de alto escalão, incluindo Lambrecht, argumentaram repetidamente nas últimas semanas que o país não pode mais fornecer armas à Ucrânia de seus próprios estoques militares por medo de minar as próprias capacidades da Bundeswehr.
Esta semana, Lars Klingbeil, co-líder do Partido Social Democrata da Alemanha, também explicou por que Berlim não estava disposta a fornecer modernos tanques de batalha Leopard II fabricados na Alemanha para Kiev. Klingbeil argumentou que levaria muito tempo para treinar militares ucranianos para usar esse equipamento e, portanto, o envio de tais tanques por si só teria pouca consequência real, conforme relatado pela mídia alemã.