Em uma entrevista publicada pelo jornal The Players Tribune, da Inglaterra, o atacante Antony, cria das categorias de base do São Paulo e atualmente atleta do Manchester United (ING), fez uma declaração polêmica com relação a sua infância e ao seu estilo de jogo.

Apesar do bom início no Red Devils e a convocação à Copa do Mundo, no Catar, para defender a seleção brasileira, o atleta tem sido alvo de críticas por parte da imprensa europeia e até mesmo por alguns ex-jogadores de futebol, devido ao excesso de firula em alguns momentos das partidas.

O ídolo do United, Paul Scholes, por exemplo, chegou a alfinetar recentemente Antony e criticou um dos dribles do atleta, em que o atacante realiza um giro de 360 graus com a bola colada nos pés. “É ridículo. É apenas exibicionismo. O que ele estava pensando? Acho que ele precisa cortar isso do jogo dele”, afirmou Scholes.

“Ele corta sempre para dentro e tenta passar ao lateral ou finaliza. Dá a impressão que precisa evoluir mais. Ainda está dando os primeiros passos, sabemos disso”, acrescentou.

Deste modo, o ex-atacante do São Paulo não poupou palavras ao relatar sobre acontecimentos da sua infância e como isso influência no seu futebol. Nascido em Osasco (SP), Antony vem de uma família de origem humilde. O jogador explica que para conseguir enfrentar as dificuldades cotidianas precisou de muita frieza e malemolência.

“Nasci na favela. Na frente de casa sempre havia traficantes vendendo paradas erradas. Eu driblava os traficantes. Dava elástico nos bandidos, chapéu nos motoristas de ônibus, canetava os ladrões… Tava nem aí. Com a bola no pé, não tinha medo”, disse o atleta.

“Quando você cresce tendo que pular cadáveres para chegar à escola, você não pode ter medo no futebol. Nunca vou mudar a maneira como jogo, porque não é um estilo. Sou eu. Se você acha que sou apenas um palhaço, você não entende minha história”, concluiu Antony.

Antony chegou ao United ainda nesta temporada e rendeu milhões ao São Paulo

Antony foi negociado com o Manchester United ainda na janela de transferências desta temporada. Depois de uma longa novela o time inglês conseguiu a contratação do atacante, que pertencia ao Ajax, da Holanda, pelo valor de 100 milhões de euros (R$ 500 milhões). As cifras milionárias tornaram Antony o jogador mais caro a ser vendido na história da Eredivise e encheram os cofres do São Paulo.

Isto porque deste montante o Tricolor ficou com cerca de R$ 100 milhões, fruto de um percentual que o clube tinha resguardado do atleta, quando o negociou para o Ajax, em 2020, e do mecanismo de solidariedade da FIFA, que garante aos clubes formadores uma fatia da venda de jogadores que passaram pelas categorias de base.