Grupo pró-armas projeta criação de bancada armamentista no Congresso
Após registrar um número expressivo de parlamentares eleitos em Brasília, tanto para a Câmara quanto para o Senado, o Movimento Pró-Armas, principal grupo de defesa do armamento civil – para autodefesa e para a prática esportiva, de caça ou colecionamento – planeja a criação de uma bancada no Congresso a partir de 2023. O grupo defenderia não apenas o direito à legítima defesa e à flexibilização do acesso a armas e munições, mas também, segundo o movimento, liberdades individuais e direitos civis.
No dia 2 de outubro foram eleitos, ao todo, 33 candidatos apoiados pelo grupo, sendo 16 deputados federais, sete senadores e dez deputados estaduais em oito estados mais o Distrito Federal. Além dos parlamentares, a associação apoiou nove governadores, dentre os quais cinco disputarão o segundo turno e poderão fortalecer a atuação do grupo nos estados.
Em três estados (Ceará, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul) e no Distrito Federal, deputados federais apoiados pela organização ficaram em primeiro lugar em número de votos. Parte do bom resultado nas urnas foi, segundo a entidade, resultado de uma mobilização. Foi divulgada uma listagem com os nomes de 88 candidatos aos diferentes cargos em disputa de todos os estados brasileiros que se comprometeram com a priorização da defesa das bandeiras do grupo caso fossem eleitos ou reeleitos.
Integram o Movimento Pró-Armas pessoas alinhadas ao espectro
político da direita, policiais de diferentes corporações, instrutores de tiro, juízes,
empresários, entre outros, todos alinhados com as pautas armamentista e em
defesa das liberdades.
Entre os candidatos eleitos – ou que disputarão o segundo turno, no caso dos postulantes aos cargos de governador – que se comprometeram com a entidade estão ex-ministros do governo Bolsonaro, como Tarcísio de Freitas, Onyx Lorenzoni e Rogério Marinho (todos do PL), e o vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos).
Entre os demais eleitos alinhados ao grupo estão o ex-jogador da seleção brasileira de vôlei Maurício Souza (PL), que em outubro do ano passado foi demitido do time em que jogava após ter emitido opinião contrária ao ativismo LGBT, e o ex-delegado e influenciador digital Paulo Bilynskyj (PL), que é instrutor de tiro e soma mais de 1,7 milhão de seguidores nas redes sociais devido à produção de conteúdos sobre o tema.
Reeleger Bolsonaro e fundar partido estão no radar do Pró-Armas
Apesar de não haver apoio formal de Jair Bolsonaro (PL) ao
grupo, seus representantes já se reuniram com o presidente da República e são
apoiadores de sua reeleição. À reportagem, Marcos Pollon, principal liderança do
Movimento Pró-Armas e recém-eleito deputado federal pelo estado de Mato Grosso
do Sul, afirmou que a prioridade dos integrantes é contribuir para a reeleição de
Bolsonaro no segundo turno. Somente após a definição das eleições
presidenciais, será desenhada a estratégia de atuação em Brasília e nos
estados.
“A prioridade é reeleger o presidente, porque não há liberdade
num governo socialista. Um governo de esquerda dificultaria o avanço dessas
pautas armamentistas, mas deixamos bem claro que não se trata apenas de armas,
mas de liberdade. Uma eleição petista implicaria em uma grande ameaça às
liberdades individuais”, declara.
Apesar de haver diferentes planos conforme o desenrolar da disputa à Presidência, o que há de concreto é o projeto de unir os membros eleitos para o Congresso junto a outros parlamentares que simpatizam com as mesmas pautas do Pró-Armas.
“Bem mais à frente”, enfatiza o fundador do movimento, existe a ideia da criação de um partido que carregue as bandeiras defendidas pelo grupo. “O projeto político tem que ser trabalhado em décadas, não em anos. Então pretendemos, sim [criar um partido]. A ideia é ir se estruturando e se fortalecendo para que quando resolvamos dar esse passo, a ideologia esteja sólida o suficiente para que a ideia vingue”, prossegue.
Veja abaixo os candidatos eleitos apoiados pelo Movimento Pró-Armas: