França encerra missão militar em ex-colônia

Convidados ao Mali para combater o terrorismo, as tropas de Paris logo caíram em desgraça com o governo da nação africana

Os últimos soldados franceses deixaram a base militar de Gao, no norte do Mali, na segunda-feira, encerrando uma missão de contraterrorismo de nove anos da França em sua ex-colônia. Enquanto as tropas francesas foram convidadas para o Mali para combater o islamismo, as relações com o governo do país africano mais tarde azedaram.

“Hoje, às 13h, horário de Paris, o contingente final da força Barkhane ainda em território maliano cruzou a fronteira entre o Mali e o Níger”. leia uma declaração dos militares franceses, referindo-se à Operação Barkhane, o codinome de sua missão no Mali.

O presidente francês Emmanuel Macron anunciou o fim da operação no verão passado e começou a retirar as tropas em fevereiro.

Os militares franceses foram inicialmente mobilizados para o Mali em 2013 a pedido do governo maliano. Depois de expulsar as forças islâmicas da metade norte do país, os militares lançaram a Operação Barkhane um ano depois, expandindo sua operação para Burkina Faso, Chade, Mauritânia e Níger, todas ex-colônias francesas.

No entanto, os sucessos iniciais da operação nunca foram replicados. Os ataques jihadistas no Mali se intensificaram ao longo de 2016 e 2017, com o terrorismo se tornando mais comum em toda a região do Sahel nos anos seguintes. O sentimento anti-francês aumentou no Mali, e a recusa da França em permitir negociações entre os governantes do Sahel e os insurgentes em suas terras só aprofundou a cisão entre as tropas francesas e seus anfitriões africanos.

Consulte Mais informação

Macron ‘insultou’ nações africanas – Lavrov

Dois golpes militares no Mali em 2020 e 2021 selaram o destino da operação francesa, com o coronel Assimi Goita ordenando que os franceses saíssem depois que ele assumiu o poder em 2021. Em meio ao aparente fracasso das forças francesas em reprimir o jihadismo no Mali, Goita então convidou um grupo paramilitar russo privado para ajudar seu exército na luta contra o terrorismo.

Com a França e os EUA sancionando o Mali após os golpes, Goita voltou-se para a Rússia. O ministro das Relações Exteriores, Abdoulaye Diop, reuniu-se com seu colega russo, Sergey Lavrov, em Moscou em maio, com Lavrov afirmando que discutiram as entregas de trigo, fertilizantes e produtos petrolíferos ao Mali.

Nesse mesmo mês, Mali retirou seus acordos de defesa com a França, citando “violações flagrantes” de sua soberania pelas forças francesas.

Apesar da retirada do Mali, a França “continua engajado no Sahel, no Golfo da Guiné e na região do Lago Chade com todos os parceiros comprometidos com a estabilidade e a luta contra o terrorismo”, ler uma declaração da Presidência francesa na segunda-feira.

Referência: https://www.rt.com/news/560883-france-withdraws-troops-mali/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=RSS

Deixe comentário

Seu endereço de e-mail não será publicado. Os campos necessários são marcados com *.