O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa.
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa.| Foto: Felipe Sampaio/SCO/STF.

O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa criticou nesta quinta-feira (7) “a pressão” das Forças Armadas sobre a Justiça Eleitoral. Barbosa afirmou que os militares demonstram uma atitude de “vassalagem” em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Para o ex-ministro, as Forças Armadas deve “permanecer quietinhas em seu canto”.

As declarações do ex-magistrado foram feitas no Twitter. Ele comentou uma declaração feita pelo ministro da Defesa, general Paulo Sergio Nogueira, durante audiência pública na Câmara dos Deputados. “Convidados pelo TSE, montamos uma equipe técnica, com gente capacitada, engenheiros que conhecem de programação, para que pudéssemos ajudar tentando aperfeiçoar o processo [eleitoral]”, disse o general.

“Não se trata de qualquer dúvida com relação ao sistema eleitoral. As Forças Armadas estavam quietinhas no seu canto quando foram convidadas pelo TSE para fazer parte desse processo”, completou Nogueira. “Ora, general, as Forças Armadas devem permanecer quietinhas em seu canto, pois não há espaço para elas na direção do processo eleitoral brasileiro. Ponto”, afirmou Barbosa.

“Insistir nessa agenda de pressão desabrida e cínica sobre a Justiça Eleitoral, em clara atitude de vassalagem em relação a Bolsonaro, que é candidato à reeleição, é sinalizar ao mundo que o Brasil caminha paulatinamente para um golpe de Estado. Pense nisso, general”, ressaltou o ex-presidente do STF.

O ex-ministro reforçou que o Brasil tem “um ramo da Justiça, independente, concebido precisamente para subtrair o processo eleitoral ao controle dos políticos. E dos militares de casaca, claro”. Joaquim Barbosa foi ministro do STF entre 2003 e 2014. Ele atuou como presidente da Corte de 2012 a 2014, quando se aposentou de forma voluntária, aos 59 anos.