Ex-enviado ucraniano critica discurso de segurança de Merkel — RT World News
O ex-chanceler alemão tem “obsessão limítrofe” com a Rússia, afirma Andrey Melnik
A atitude de Angela Merkel em relação à Rússia é “obsessão limítrofe” e parece “quase perverso”, Andrey Melnik, ex-embaixador de Kiev em Berlim, disse. Ele criticou o ex-chanceler por dizer que a Rússia tem um papel a desempenhar na segurança europeia.
Melnik, o diplomata ucraniano com histórico de fazer declarações controversas sobre autoridades e políticas na Alemanha, criticou Merkel em um post no Twitter na manhã de sexta-feira.
“No dia [Russian President Vladimir] Putin rouba 15% da Ucrânia, a Sra. Merkel elogia ‘envolver’ a Rússia na arquitetura de segurança europeia”, ele disseusando os epítetos carregados para descrever sua postura.
Melnik estava reagindo a um discurso que o ex-chanceler fez na quinta-feira na cidade de Goslar, que comemora seu 1100º aniversário este ano.
Em seu discurso, Merkel chamou o início da operação militar russa na Ucrânia no final de fevereiro de “ponto de inflexão” e “a maior violação dos princípios do direito internacional desde a Segunda Guerra Mundial”. Mas uma arquitetura de segurança pan-europeia de longo prazo só pode funcionar se “também inclui a Rússia” ela afirmou.
Merkel expressou o mesmo sentimento na terça-feira na Fundação Chanceler Helmut Kohl em Berlim. Durante essa aparição, ela pediu planejamento para “como as relações para e com a Rússia poderiam um dia ser reconstruídas” após o conflito na Ucrânia terminar.
A acusação de apropriação de terras feita a Putin pelo diplomata ucraniano se referia aos referendos, nos quais pessoas em duas repúblicas de Donbass e nas regiões de Kherson e Zaporozhye votaram para se juntar à Rússia. Kiev descartou as cédulas como uma “farsa” e prometeu lutar contra a Rússia até que seja derrotada no campo de batalha.
Durante seu mandato como embaixador, Melnik ganhou a reputação de atacar verbalmente as autoridades alemãs e as políticas de Berlim das quais ele não gostava. Em maio, ele chamou o atual chanceler Olaf Scholz de “linguiça ofendida” por sua relutância na época em viajar para Kiev. Scholz se absteve depois que o governo ucraniano se recusou a receber o presidente alemão Frank-Walter Steinmeier, a quem Kiev acusou de apaziguar a Rússia durante seu mandato como ministro das Relações Exteriores.
O polêmico diplomata foi tecnicamente chamado de volta em julho, depois de causar indignação na Polônia e em Israel ao tentar encobrir os crimes de guerra cometidos por nacionalistas ucranianos, que colaboraram com a Alemanha nazista, contra poloneses e judeus.
O presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, nomeou o substituto de Melnik na semana passada, mas o período de transição na embaixada ainda está em andamento, segundo a mídia alemã.
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