Entrevista de Guo Pei antes da exposição
“A roupa passa a ser a arquitetura do corpo”, Guo Peia citação de lê em uma parede do Legião de Honra em San Francisco, onde 80 de seus vestidos estão em exposição até novembro. O “Guo Pei: Fantasia de alta costura” a exposição se desdobra como poesia; apenas um rápido passo a passo irá prender os espectadores com seu nível de arte. Descrever Pei simplesmente como uma estilista de moda fica aquém de capturar a grandeza e proeza técnica de seu trabalho. O passado imperial da China ou o mundo natural ou a arquitetura europeia — Pei cria roupas primorosamente trabalhadas que se cruzam com moda, arte performática e escultura. E algumas de suas peças — como o vestido Da Jin em exibição na exposição — levam dezenas de milhares de horas executar.
“A roupa passa a ser a arquitetura do corpo.”
“Tenho muita sorte de estar destinada a fazer roupas”, diz ela à POPSUGAR. A jornada de Pei para se tornar o segundo designer chinês convidado como membro convidado da Chambre Syndicale de la Haute Couture (a autoridade francesa de alta costura) foi notável. Nascida em Pequim, ela desenvolveu uma paixão precoce por roupas bordadas por meio de sua avó materna, que contava histórias sobre sua criação durante a última era imperial da China. Ela falou de vestidos de corte chineses ricamente bordados, que contrastavam com o que Pei estava vendo na época, já que roupas bordadas eram proibidas durante a Revolução Cultural. “Na época, não havia cor nas roupas, tudo era simples”, diz Pei. Seu fascínio por roupas bonitas se aprofundou quando começou a costurar com sua mãe, cujo glaucoma a impossibilitou de continuar confeccionando roupas para a família.
Pei mais tarde se matriculou no primeiro programa de moda da China e passou uma década trabalhando em empresas de grife. Ainda assim, ela desejava criar roupas bordadas, então ela decidiu reviver a arte por conta própria. Como não era mais ensinado às meninas na década de 1930, ela viajou para diferentes aldeias para obter artesãos, acabando por lançar sua própria prática, Rose Studio, em 1997. Hoje, emprega 450 artesãos, 300 dos quais são bordadeiras.
Muitos a conhecem como a criadora de O vestido bordado de ouro de Rihanna no Met Gala 2015, mas Pei era um designer aclamado muito antes desse momento. A designer de alta costura transformou com sucesso o amor pela fantasia, arquitetura e espiritualidade em uma carreira ilustre, marcada por sua inovação técnica e perspectiva global.
“A inspiração, acredito, é um acúmulo de amor pela vida.”
O poço de inspiração de Pei ainda não acabou. A lendária designer fala com POPSUGAR sobre sua infância, a evolução da moda na China e suas esperanças para o futuro da indústria. Leia adiante para a entrevista completa, levemente editada para maior clareza.
Referência: https://www.popsugar.com/fashion/guo-pei-designer-interview-48865672