Não há saída. Nem desculpa. O compromisso do próximo fim de semana da Portuguesa só pode ter um único mantra: todos os caminhos levam ao estádio do Canindé. Depois de se classificar em um jogo que exigiu controle emocional e casca grossa diante do Desportivo Brasil, a Lusa do Canindé vai enfrentar o Marília, o melhor time da Copa Paulista 2023 até aqui. Pelo menos é o que sugerem os números.

LEIA TAMBÉM: FPF divulga datas e horários das semifinais da Copa Paulista

Nesse embate, o primeiro jogo será fundamental para a equipe rubro-verde. Será, porque fará a primeira partida em casa. Será, porque se abrir vantagem, a final vai virar realidade e não mais um sonho aleatório. E estar na final poderá significar a tão sonhada vaga na Série D. Sim, porque na outra semifinal vão se enfrentar São Caetano e XV de Piracicaba e nenhum deles tem vaga nessa competição nacional assegurada, ou seja, a batalha ainda está longe de um final feliz.

Muito embora os desafios sejam importantes, a Lusa agora chega em um momento da competição em que necessita se impor. Nesse momento, não é só elenco. É camisa também. Por isso, no próximo sábado, 15 horas, o Canindé precisar estar bonito, cheio, repleto das cores verde e vermelho. Porque o jogador sente. Tanto o da Portuguesa como o adversário.

É claro que para isso acontecer uma série de condicionantes precisam se alinhar. Ingresso, promoção, condições climáticas, horário de jogo – e 3 da tarde me aparece adequado –, mas o fato é que se faz mandatório tirar a camisa da Lusa do armário e exibi-la novamente. Acredite, isso fará a diferença.

Já sobre o empate por 2 a 2 diante do Desportivo Brasil, a Lusa de Sérgio Soares voltou a relembrar os bons momentos. Não, não foi uma exibição brilhante, mas voltou a se impor, a querer a classificação. E isso é fundamental nessa reta final.

O fato é que a Lusa tem uma espinha dorsal razoavelmente bem articulada. No gol, Thomazella se coloca como um paredão. No meio, há Marzagão e Daniel Costa como as grandes referências. Já no ataque, Caio Mancha tem se mostrado vital. O grande senão está na zaga. Ainda nessa Copa Paulista nenhum dos zagueiros já escalados assumiu a condição de titularidade absoluta e isso atrapalha o desenrolar no certame.

Atrapalha, porque uma zaga bem entrosada resolve muitos pontos num jogo de futebol. Atrapalha e explica, em boa medida, porque o time já levou tantos gols na Copa Paulista 2022. São 12 no total. Um número nada desprezível.

No entanto, a Lusa já esteve em situação mais desconfortável nessa competição. Já se mostrou mais frágil, mais desentrosada e longe do bom futebol. Ao que tudo indica ela parece ter se encontrado no momento crucial. E qualquer agremiação que se acha em fases como essa costuma alcançar seus objetivos.

* Maurício Capela é jornalista há 28 anos. Comentarista, já trabalhou em diversos veículos, como RedeTV!, 105 FM, Tropical FM, Veja, Valor, Gazeta Mercantil.