A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (5), requerimento de convite ao empresário Marcos Valério para prestar esclarecimentos sobre uma suposta proximidade entre o PT e a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A data da audiência pública ainda não foi definida. O requerimento foi proposto pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Condenado a 37 anos de prisão por ser o operador financeiro do esquema do mensalão, Valério disse em depoimento à Polícia Federal que soube de um esquema que consistia no repasse, ao PT, de dinheiro que o PCC lavava por meio de empresas de ônibus, bingos e de transporte clandestino. Ele afirmou ter tomado conhecimento do caso por meio de Silvio Pereira, ex-secretário-geral do PT. Disse ainda que o PT administraria, na ocasião, um caixa secreto de R$ 100 milhões.
O episódio, de acordo com Valério, ocorreu antes de o PT vencer pela primeira vez as eleições presidenciais, o que aconteceu em 2002, com Luiz Inácio Lula da Silva.
No mesmo depoimento, Valério disse também que o então prefeito Celso Daniel, de Santo André (SP), elaborou um dossiê com os nomes dos beneficiários do esquema, o que acabou se perdendo. Daniel foi assassinado em janeiro de 2002.