Comício de mulheres violentamente disperso em Cabul – mídia
Militantes do Taleban dispararam para o ar para espantar manifestantes que exigiam “pão, trabalho e liberdade”
O Talibã dispersou violentamente um protesto de mulheres na capital do Afeganistão no sábado, vários dias antes do primeiro aniversário do retorno do grupo islâmico ao poder, informou a agência de notícias AFP.
Cerca de 40 mulheres cantavam “pão, trabalho e liberdade” ao abordarem o ministério da educação em Cabul, segundo a agência. Um vídeo, aparentemente gravado em Cabul e postado nas redes sociais, mostra militantes do Taleban disparando suas armas para o ar para dispersar uma multidão de mulheres que se aproximava.
Depois que o protesto foi disperso, algumas mulheres tentaram se abrigar em lojas próximas, mas teriam sido perseguidas e espancadas por combatentes do Taleban usando as coronhas de suas armas.
Segundo a AFP, os manifestantes carregavam uma faixa com os dizeres “15 de agosto é um dia negro,” uma aparente referência à data da tomada do Talibã, um ano atrás. Os manifestantes também reivindicaram o direito de trabalhar e participar da política.
⚡️No Afeganistão, o Talibã dispersou um comício de mulheres atirando para o ar. Há vítimas, informa a AFP.
Os moradores de Cabul se manifestaram contra a discriminação que enfrentam sob o novo regime no país. pic.twitter.com/jcZ7HozFSj
— Flash (@Flash43191300) 13 de agosto de 2022
Vários jornalistas que cobriam a manifestação foram agredidos por membros do Taleban, disse a agência de notícias. A mídia local também informou que os militantes detiveram mais de 10 jornalistas e trabalhadores da mídia.
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Em agosto de 2021, militantes do Taleban retornaram ao poder após a retirada das tropas americanas do Afeganistão. Depois de tomar Cabul, eles prometeram respeitar os direitos das mulheres e as encorajaram a voltar ao trabalho.
Em dezembro de 2021, no entanto, o Talibã divulgou um “decreto sobre os direitos das mulheres” que encobriu seu acesso à educação ou ao trabalho, enquanto vários especialistas imediatamente criticaram os militantes por retornarem às práticas que adotaram durante seu primeiro período de governo, de 1996 a 2001.
Um relatório da Anistia Internacional divulgado no final de julho afirma que “repressão do Talibã” no Afeganistão está devastando a vida de mulheres e meninas, que estão sendo destituídas de seus direitos à educação, trabalho e livre circulação. A agência de direitos humanos também informou que aqueles que protestam pacificamente contra as novas regras, “foram ameaçados, presos, detidos, torturados e desaparecidos à força.”