BC fez bom trabalho no controle da inflação e fiscal está “no lugar”, diz Guedes Por Reuters
© Reuters. O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, durante a cerimônia de lançamento do Programa Nacional de Crescimento Verde, no Palácio do Planalto, em Brasília. 25 de outubro de 2021. REUTE
Por Luana Maria Benedito
SÃO PAULO (Reuters) -O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira que o Banco Central fez um bom trabalho no combate à inflação ao se adiantar em relação às principais economias do mundo, afirmando que as situações monetária e fiscal do Brasil estão “no lugar”.
“O Banco Central independente foi o primeiro banco central a se mover no controle da inflação, mérito do nosso presidente do Banco Central, Roberto Campos (Neto). Se moveu primeiro, e lá fora (está) todo mundo dormindo no volante até hoje”, disse Guedes na abertura do 30º Congresso & ExpoFenabrave, na capital paulista.
O elogio de Guedes ao trabalho do BC veio depois de, na segunda-feira, o ministro ter criticado a autarquia por ter falado “o tempo inteiro” no ano passado que havia risco fiscal no Brasil e poucas horas antes de o Bacen possivelmente dar fim ao ciclo de alta dos juros. A decisão será informada a partir de 18h30 (de Brasília).
Guedes voltou a falar que o Brasil tem surpreendido economistas e crescerá quase 3% neste ano, ritmo de expansão que poderia ser ainda mais rápido não fosse o patamar elevado dos juros, atualmente em 13,75%.
O ministro disse esperar que a taxa Selic comece a ser reduzida em 2023, o que pode colaborar para a manutenção crescimento do país. “O ano que vem vai ter o mesmo investimento estrutural (no Brasil), só que o componente cíclico vai ser favorável, porque aí a taxa de juros vai estar baixando, e a inflação já está descendo.”
Guedes se gabou da gestão das contas públicas do atual governo, afirmando que “o Brasil nunca teve um fiscal tão no lugar quanto agora”.
Ele rebateu críticas às flexibilizações do teto de gastos promovidas pelo governo durante a pandemia e, mais recentemente, com a PEC dos Precatórios, aprovada no fim do ano passado, dizendo que o limite fiscal foi “mal construído” por não alterar um sistema que concentra a responsabilidade de muitas despesas no governo federal.
(Edição de José de Castro)