XANGAI (Reuters) – O banco central da China aumentou as injeções de dinheiro no sistema bancário nesta quinta-feira, mantendo inalterada a taxa de juros sobre os empréstimos de médio prazo pelo quarto mês consecutivo, para manter amplas condições de liquidez no final do ano.

O Banco Popular da China (PBOC) anunciou que manteve a taxa sobre o equivalente a 650 bilhões de iuanes (93,53 bilhões de dólares) em instrumento de empréstimo de médio prazo de um ano (MLF) a algumas instituições financeiras inalterada em 2,75%.

Em uma pesquisa com 24 observadores do mercado realizada esta semana, 20 participantes previram que o PBOC manteria a taxa de juros sobre o MLF inalterada. Seis acreditavam que o banco central injetaria novos fundos que excedessem o prazo de vencimento.

Com 500 bilhões de iuanes de empréstimos do MLF com vencimento no mesmo dia, a operação resultou em uma injeção líquida de 150 bilhões de iuanes novos no sistema bancário.

Xing Zhaopeng, estrategista sênior da China na ANZ, disse que as maiores ofertas de caixa buscam aliviar o custo de responsabilidade a longo prazo dos bancos comerciais e contrabalançar a recente alta na demanda por caixa.

“A pressão dos resgates de produtos de gerenciamento de riqueza e os aumentos das taxas de juros sobre os certificados de depósitos negociáveis (NCDs) indicaram condições apertadas de liquidez”, disse Xing.

A taxa sobre os NCDs com classificação AAA de um ano, um indicador que mede os custos de empréstimo interbancário de curto prazo, saltou cerca de 27 pontos base este mês para 2,78%, superando a taxa sobre o MLF.

Operadores e analistas atribuíram as taxas monetárias mais altas ao relaxamento mais significativo das restrições relacionadas à Covid-19 desde a eclosão da pandemia há três anos, alívio que levou os investidores a trocaram os títulos por ativos mais arriscados.

Separadamente, outros também apontaram que a época de pico tradicional de alta na demanda por caixa também está se aproximando.

(Reportagem de Winni Zhou e Brenda Goh)