Áustria não treinará tropas ucranianas — RT World News
O ministro das Relações Exteriores, Alexander Schallenberg, disse que seu país apoia a nova missão da UE, mas mantém seu status neutro
A Áustria não planeja participar de uma missão de treinamento militar da UE para tropas ucranianas, disse o ministro das Relações Exteriores do país, Alexander Schallenberg, nesta segunda-feira. Seus comentários vieram quando o Conselho de Relações Exteriores do bloco concordou em treinar cerca de 15.000 soldados ucranianos ao longo de dois anos e alocar € 500 milhões adicionais para fornecimento de armas para Kiev.
“Apoiamos esta missão, também vamos votar a favor, mas a participação não está prevista no momento” Schallenberg disse em sua chegada à cúpula em Luxemburgo.
De acordo com a Comissão Europeia, uma Missão de Assistência Militar em apoio à Ucrânia (EUMAM Ucrânia) “fornecerá treinamento individual, coletivo e especializado às Forças Armadas da Ucrânia, incluindo suas Forças de Defesa Territoriais”. O projeto com sede em Bruxelas, sob o comando de um oficial da marinha francesa, o vice-almirante Herve Blejean, tem um orçamento de cerca de 107 milhões de euros.
Schallenberg não descartou que no futuro Viena possa reconsiderar seus planos em relação à EUMAM e disse que acompanhará de perto todos os desenvolvimentos.
Falando sobre o fornecimento de armas para a Ucrânia, o alto diplomata explicou que a neutralidade da Áustria a obriga a “abster-se construtivamente” de apoiar o financiamento militar. De acordo com as regras da UE, isso significa que um estado pode permitir que outros tomem uma decisão unânime sem votar em si mesmo.
Entretanto, segundo o Ministro dos Negócios Estrangeiros da Hungria, Peter Szijjarto, o seu país não votou pela criação da EUMAM.
“Não participamos desta missão. Obviamente, não enviamos formadores e não contribuímos com recursos financeiros para os seus custos operacionais”, disse. Szijjarto explicou na conferência de imprensa após a reunião ministerial.
Durante a cúpula, Szijjarto disse que deixou claro que seu apoio desta vez a uma tranche de € 500 milhões para Kiev não significa que ele irá apoiá-la da próxima vez. Ele também lembrou que o Quadro Europeu de Paz – um mecanismo criado para aumentar a capacidade da UE de atuar como um provedor de segurança global – deve ajudar não apenas a Ucrânia, mas também outros países.
O alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, saudou as decisões de segunda-feira dos ministros das Relações Exteriores, alegando que elas demonstram a determinação do bloco em apoiar a Ucrânia após o último “indiscriminado” ataques.
Moscou tem alertado consistentemente os países ocidentais contra o fornecimento de apoio militar a Kiev, com várias autoridades russas argumentando que tal assistência apenas prolongaria o conflito e levaria a baixas desnecessárias.
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