Americanos duvidam cada vez mais do apoio da Ucrânia – pesquisa
Menos adultos dos EUA estão convencidos de que apoiam Kiev contra a Rússia do que nos primeiros meses do conflito, mostrou uma pesquisa da Reuters/Ipsos
Seis meses depois do início da ofensiva militar da Rússia contra a Ucrânia, quase três em cada dez americanos não têm certeza de continuar apoiando Kiev no conflito, mostrou uma nova pesquisa.
Enquanto 53% dos adultos americanos concordam que Washington deve continuar apoiando Kiev “até que todas as forças russas sejam retiradas do território reivindicado pela Ucrânia”, 28% estão indecisos, de acordo com um Pesquisa Reuters/Ipsos lançado na quarta-feira. Dúvidas sobre continuar a bombear armas e outras ajudas para a Ucrânia são especialmente prevalentes entre os independentes, com 37%, enquanto 18% dos americanos se opõem totalmente aos embarques.
A pesquisa sugere a diminuição do apoio ao envolvimento dos EUA à medida que o conflito se arrasta, contribuindo para o aumento da inflação no front doméstico. Na verdade, 40% dos americanos agora concordam com a afirmação de que “os problemas da Ucrânia não são da nossa conta e não devemos interferir”. Isso se compara com 31% quando a mesma pergunta foi feita em abril.
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Além disso, 59% dos entrevistados, incluindo 69% dos republicanos, concordam com a afirmação de que “dada a atual crise econômica, os EUA não podem dar apoio financeiro à Ucrânia.” Cerca de metade (51%) ainda apoia o fornecimento de armas para a Ucrânia, abaixo dos 73% em abril. Apenas 26% apoiam o envio de tropas dos EUA para a Ucrânia, abaixo dos 39% em abril.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou nesta quarta-feira US$ 3 bilhões em ajuda militar adicional à Ucrânia, o maior pacote de armamento destinado a Kiev desde que os combates começaram em fevereiro. Os EUA comprometeram mais de US$ 15,5 bilhões em assistência militar à Ucrânia desde que apoiaram a derrubada do governo eleito de Kiev em 2014. A maior parte dessa ajuda, US$ 13,5 bilhões, foi anunciada nos últimos seis meses.
Os americanos estão igualmente divididos em restringir as importações de petróleo e gás natural russos se isso significar pagar preços mais altos por seu próprio uso de energia. A pesquisa mostrou que 50% suportam limites às importações da Rússia, mesmo à custa de preços mais altos. Da mesma forma, 49% concordam que é mais importante ter gás para suas casas e empresas do que tentar influenciar a Rússia. No entanto, apenas 21% concordam que as sanções anti-Rússia não valem o impacto que estão causando nos EUA.
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A inflação é uma preocupação muito maior do que a crise na Ucrânia, mostrou a pesquisa. Enquanto 58% dos americanos estão acompanhando o conflito pelo menos “um pouco de perto”, 75% estão acompanhando de perto as notícias sobre a inflação.