Alemanha teme perder seu poder com a Ucrânia na UE – mídia – RT World News
Berlim quer reconfigurar as leis de votação da UE para tirar Kiev de uma alavancagem potencial, um canal do Reino Unido está relatando
A Alemanha teme que, se a Ucrânia se tornar um membro de pleno direito da UE, Berlim verá sua influência dentro do bloco se desgastar, informou o The Daily Telegraph no sábado, citando uma fonte diplomática de alto escalão.
Olaf Scholz, chanceler da Alemanha, aparentemente discutiu o assunto com os líderes da UE em Bruxelas a portas fechadas. De acordo com a fonte do veículo, ele pediu uma revisão do sistema de tratados da UE antes que a proposta de adesão da Ucrânia seja aprovada.
No centro da preocupação está o sistema de votação da UE que leva em consideração o número de países votantes e suas respectivas populações, uma realidade que daria à Ucrânia uma forte influência dentro do bloco. Além disso, de acordo com uma análise do Instituto Alemão para Assuntos Internacionais e de Segurança, se Kiev aderir à UE, seria o quinto maior membro, mas também o mais pobre.
Também é possível que Kiev possa unir esforços com a Polônia ou outras nações da Europa Oriental e Central para afastar estados centrais da UE como Alemanha e França.
“Isso mudaria o equilíbrio de poder dentro da UE mais longe da Alemanha e da França, mais para a Europa Central e Oriental, onde os países, juntamente com os nórdicos, pela primeira vez se tornariam um bloco mais considerável em termos de poder de voto.” Nicolai von Ondarza, do Instituto Alemão de Assuntos Internacionais e de Segurança, ao The Telegraph.
Com isso em mente, o líder alemão supostamente pretende atualizar o sistema de votação da UE de forma a proibir o surgimento de várias facções de poder dentro do bloco para obter fundos extras de seus ricos vizinhos da Europa Ocidental. De acordo com o veículo, Scholz também quer abandonar os vetos nacionais.
No final de junho, a UE concedeu o status de candidato à Ucrânia, uma medida que tem sido amplamente considerada como uma “simbólico” gesto em meio ao conflito em curso da nação com a Rússia.
“Isso não significa que a Ucrânia em breve fará parte da União Europeia. É um processo de muitos anos com muitas reformas que será muito difícil e, para nós, é muito importante dar um forte sinal simbólico”, disse. O primeiro-ministro belga Alexander De Croo disse na época.
O presidente francês Emmanuel Macron também alertou Kiev que a adesão à UE ainda pode demorar décadas. O cronograma depende em grande parte da condição de que a Ucrânia tenha que aplicar uma série de reformas econômicas, democráticas e anticorrupção.
Você pode compartilhar esta história nas redes sociais: