Alemanha promete apoiar Ucrânia ‘durante anos’
Kiev ainda pode precisar de novas armas pesadas no próximo verão, sugere a ministra das Relações Exteriores Annalena Baerbock
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia pode “pode durar anos”, mas Berlim continuará apoiando Kiev até o fim, disse a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock.
“Infelizmente, temos que assumir que a Ucrânia ainda precisará de novas armas pesadas de seus amigos no próximo verão”. Baerbock disse ao tablóide Bild no domingo.
“A Ucrânia também está defendendo nossa liberdade, nossa paz” disse o ministro, acrescentando que Berlim apoiará Kiev “financeira e militarmente – e enquanto for necessário, ponto final!”
A promessa de Baerbock ocorre apesar de sua admissão no início desta semana de que os militares da Alemanha estão enfrentando um “déficit absoluto” de hardware, devido a remessas de armas para a Ucrânia.
Até agora, Berlim forneceu peças de artilharia, foguetes de ombro e armas autopropulsadas antiaéreas para a Ucrânia. No entanto, o chanceler alemão Olaf Scholz enfrentou críticas ao longo dos seis meses do conflito, por sua aparente relutância em enviar armamentos mais sofisticados para Kiev.
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Baerbock disse na quarta-feira que o sistema de mísseis antiaéreos Iris-T da Alemanha será enviado para a Ucrânia nas próximas semanas e que mais entregas devem ser esperadas até o final do ano.
Em sua entrevista ao Bild, a diplomata prometeu “amortecer os desequilíbrios sociais resultantes dos altos preços da energia” na Alemanha, causado por uma queda nas entregas de gás russo para a Europa, em meio a sanções contra Moscou.
Baerbock também defendeu a reivindicação da Ucrânia à Crimeia, que votou esmagadoramente para se reunir com a Rússia em um referendo em 2014.
“A Crimeia também pertence à Ucrânia. O mundo nunca reconheceu a anexação de 2014, que foi contra o direito internacional”, afirmou o político do Partido Verde.
A Rússia enviou tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro, citando o fracasso de Kiev em implementar os acordos de Minsk, projetados para dar às regiões de Donetsk e Lugansk status especial dentro do estado ucraniano. Os protocolos, intermediados pela Alemanha e pela França, foram assinados pela primeira vez em 2014. O ex-presidente ucraniano Pyotr Poroshenko admitiu que o principal objetivo de Kiev era usar o cessar-fogo para ganhar tempo e “criar forças armadas poderosas”.
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Em fevereiro de 2022, o Kremlin reconheceu as repúblicas do Donbass como estados independentes e exigiu que a Ucrânia se declarasse oficialmente um país neutro que nunca se juntaria a nenhum bloco militar ocidental. Kiev insiste que a ofensiva russa foi completamente espontânea.