Pequim já havia punido a Lituânia por permitir que Taipei abrisse um escritório comercial em Vilnius
A Lituânia deve abrir um escritório comercial em Taiwan esta semana, de acordo com relatos da mídia. Uma delegação comercial do estado báltico desembarcou na ilha autônoma no fim de semana, disse o departamento de relações exteriores de Taipei nesta segunda-feira.
Acredita-se que as autoridades participarão da há muito prometida abertura de um escritório comercial lituano em Taiwan, provavelmente provocando raiva de Pequim.
Autoridades lituanas disseram anteriormente que o escritório seria aberto na segunda-feira desta semana, informou o jornal South China Morning Post no domingo. O plano inicial expresso por Vilnius era ter o corpo operacional antes do outono, mas o lançamento foi adiado para o início de setembro.
A Lituânia permitiu que a administração de Taiwan estabelecesse um “escritório de representação” em Vilnius em novembro passado, contra as objeções de Pequim. O governo chinês considera qualquer mudança de status nas relações de Taipei com nações estrangeiras como uma violação da soberania da China.
Pequim retaliou contra a Lituânia rebaixando as relações diplomáticas com o estado báltico e impondo sanções econômicas. A UE está a tentar inverter esta situação através dos mecanismos de resolução de litígios da Organização Mundial do Comércio.
Vilnius desafiou a ira chinesa ao avançar seus laços com Taiwan. Em agosto, seu governo anunciou a nomeação de Paulius Lukauskas como seu “representante comercial” no escritório planejado em Taipei. A Lituânia afirma que o escritório será puramente comercial e não político.
O funcionário lituano trabalhava como conselheiro da primeira-ministra Ingrida Simonyte na época e foi escolhido a dedo pelo Ministério da Economia e Inovação. Ele fazia parte de uma delegação lituana que visitou Taiwan em junho do ano passado, liderada por Jovita Neliupsiene, vice-ministra do departamento.
Taiwan foi o último bastião das forças nacionalistas chinesas durante a guerra civil da década de 1940, vencida pelos comunistas. A ilha permaneceu sob proteção dos EUA desde então, embora Washington tenha mudado formalmente seu reconhecimento diplomático de Taipei para Pequim ao se reconciliar com o governo chinês.
A ilha se tornou o foco de uma briga diplomática entre Pequim e Washington no mês passado, depois que a presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, decidiu visitá-la. Pequim classificou a medida como uma grande escalada e lançou o maior exercício militar perto de Taiwan em muitos anos em uma demonstração de força.
O presidente Joe Biden prometeu publicamente defender Taiwan com força militar dos EUA de um possível ataque chinês. Pequim afirma que seu objetivo é se reunificar pacificamente com Taiwan e acusa os EUA de empurrar o que considera separatistas na administração da ilha para declarar independência. Pequim alertou que recorreria à ação militar como medida de último recurso.
