A República Tcheca tentará tirar a questão da imposição de um teto de preço ao gás russo da agenda de uma próxima reunião de ministros de energia da UE, disse o ministro da indústria do país, Jozef Sikela, nesta quarta-feira.

Falando à comissão de economia do Senado do país, Sikela indicou que não quer discutir o assunto na reunião porque é “uma ferramenta política, não uma solução para a crise energética.”

“Não é uma proposta construtiva, a meu ver. É mais uma forma de sancionar a Rússia do que uma solução real para a crise energética na Europa”, frisou.

Na sexta-feira, os ministros de energia da UE devem se reunir em Bruxelas para discutir como conter a alta dos preços da energia. De acordo com Sikela, entre as questões que ele quer levantar está a possibilidade de separar os preços da eletricidade e do gás. Fazer isso, disse ele, pode reduzir os preços da eletricidade para o público em geral.

O ministro tcheco disse que o recente desligamento do oleoduto Nord Stream 1 não foi uma surpresa para ele. “É parte da guerra de energia em que estamos… A batalha decisiva será travada neste inverno,”, afirmou, acrescentando que o país fez o possível para se preparar para isso.

“No entanto, os preços vão cair apenas quando a Europa encontrar uma maneira de romper com o gás”, reiterou.

Em 31 de agosto, a Gazprom fechou completamente o gasoduto Nord Stream 1, anunciando mais tarde que permaneceria fechado indefinidamente devido a um vazamento de óleo na turbina. Esse mau funcionamento só pode ser remediado no Canadá, que impôs sanções contra Moscou. Os problemas técnicos na principal rota de abastecimento de gás para a UE resultaram em preços vertiginosos do gás, exacerbando a crise energética no continente.

Os comentários de Sikela vêm logo após os protestos em massa em Praga que eclodiram no fim de semana passado. Os manifestantes instaram o governo a renunciar devido aos altos preços da energia e à inflação, com demandas também sendo ouvidas para retirar as sanções anti-Rússia.

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