Kremlin comenta sobre a relutância de Biden em colocar a Rússia na lista negra — RT World News
É incompreensível que a questão de designar Moscou como um estado patrocinador do terrorismo esteja na agenda, disse Dmitry Peskov
Moscou saúda a oposição do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, a designar a Rússia como um estado patrocinador do terrorismo, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, nesta terça-feira.
“Claro, é uma coisa boa que o presidente dos EUA disse ‘não‘”, disse Peskov à agência de negócios RBK, referindo-se à resposta de Biden a uma pergunta que lhe foi feita enquanto falava com repórteres na Casa Branca sobre se ele acredita que a Rússia deveria ser rotulada de patrocinador estatal do terrorismo.
“O próprio fato de que esta pergunta foi feita é horrível”, disse ele, acrescentando que a existência de tal problema é “muito difícil de envolver a mente ao redor.”
O funcionário, no entanto, alertou que tal declaração do líder dos EUA não pode ser vista como um sinal de Washington adotando uma postura mais branda em relação à Rússia em meio ao conflito na Ucrânia. Ele também não ligaria a declaração de Biden à recente visita de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU à usina nuclear de Zaporozhye, controlada pela Rússia.
Dois senadores dos EUA – Richard Blumenthal (D-CT) e Lindsey Graham (R-SC) – já haviam instado Biden a endossar tal medida para aumentar a pressão sobre Moscou.
O status implicaria, entre outras coisas, certos controles sobre as exportações de itens de dupla utilização e uma série de restrições financeiras. Apenas quatro países são atualmente designados como patrocinadores do terrorismo: Coreia do Norte, Irã, Cuba e Síria.
Moscou alertou que tal passo marcaria “um ponto sem retorno” nas relações entre os dois países. Em agosto, Aleksandr Darichev, chefe do Departamento Norte-Americano do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, sinalizou que o rótulo implicaria “o dano colateral mais grave para as relações bilaterais, até o rebaixamento de seu nível e até o rompimento de todos os laços.”
O Departamento de Estado dos EUA também é aparentemente contra a ideia. Em agosto, o Politico informou que a agência abordou discretamente os escritórios do Congresso, alertando que a designação poderia inviabilizar o acordo de grãos ucraniano e impactar os laços econômicos restantes de Washington com Moscou.
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