Em postagens nas redes sociais feitas nesta segunda-feira (5), o deputado federal André Janones (Avante), aliado de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), defendeu o uso de fake news contra Jair Bolsonaro (PL) na campanha eleitoral.

No Twitter, Janones publicou: “ATENÇÃO URGENTE: Partido de
Bolsonaro estaria por trás do pedido pra suspender a lei que aprovamos no
congresso, garantindo o piso salarial da enfermagem. Se for confirmado é grave,
muito grave!”. Em seguida, o parlamentar postou uma imagem com a inscrição: “Bolsonaro
declara guerra contra a enfermagem”, com a legenda “Missão do dia: viralizem
isso”. Até o momento, a publicação já conta com mais de 5 mil compartilhamentos.

A narrativa de Janones refere-se a uma decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF) deste domingo (4), que suspendeu o piso salarial nacional da enfermagem. Barroso apontou os riscos de demissões no setor e uma eventual redução na qualidade dos serviços de saúde no país.

O magistrado, no entanto, atendeu a uma ação movida pela Confederação Nacional de Saúde, Hospitais e Estabelecimentos e Serviços (CNSaúde), e não pelo partido de Bolsonaro, como sugeriu o deputado. O projeto de lei, aliás, foi sancionado pelo presidente.

Em publicação posterior, Janones reconhece que a mensagem se
trata de uma fake news: “Mamadeira de piroca [referência a uma fake news
propagada nas eleições de 2018 contra o Partido dos Trabalhadores] se combate
com outra mamadeira de piroca! Printem isso e viralizem pelo zap! Vou fazer
live também. Façam chegar em TODO o Brasil! Olho por olho, dente por dente!”,
publicou o deputado, que desistiu de sua candidatura à presidência para apoiar a
candidatura de Lula.

A ação foi alvo de críticas até mesmo de apoiadores do candidato petista. O youtuber Felipe Neto usou o Twitter para questionar o método de Janones: “Não existe ‘fake news do bem’, não existe ‘vencer o mal com o mal’. Toda desinformação deve ser combatida e todo erro deve ser corrigido”. Janones rebateu: “Então continua combatendo o fascismo com flores”, emendando na postagem seguinte: “É pela democracia”.