O ministro Alexandre de Moraes pediu nesta terça-feira (28) uma manifestação da Procuradoria-Geral da República sobre um pedido apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) para que seja aberto um novo inquérito, no Supremo Tribunal Federal (STF), pelo suposto cometimento dos crimes de violação de sigilo e de obstrução da Justiça por parte do presidente Jair Bolsonaro.
O senador aponta uma suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal, relacionada a um possível vazamento da investigação sobre tráfico de influência e corrupção no Ministério da Educação (MEC) para o ex-titular da pasta Milton Ribeiro.
A suspeita surgiu na semana passada, quando veio à tona gravação telefônica na qual Ribeiro relata à sua filha que, no último dia 9 de junho, havia recebido ligação de Bolsonaro na qual ele teria dito que tinha um “pressentimento” de que o ex-ministro poderia ser alvo de busca e apreensão. A medida foi executada na última quarta-feira (22), quando o ex-ministro foi preso.
Randolfe quer que esse caso seja relatado no STF por Alexandre de Moraes, que já conduz uma investigação contra o presidente no inquérito aberto em 2020 relacionado à suposta interferência de Bolsonaro na PF, por ocasião da tentativa de trocar a direção-geral da corporação naquele ano, fato que levou o ex-juiz Sergio Moro a deixar o Ministério da Justiça.
Na semana passada, o Ministério Público Federal pediu que a suspeita de vazamento por parte de Bolsonaro fosse investigada no STF sob a supervisão da ministra Cármen Lúcia, que já havia autorizado a investigação sobre o MEC quando Ribeiro ainda era ministro e tinha foro privilegiado. Caberá à PGR opinar sobre qual ministro cuidará do caso.