Whitehall está considerando a técnica da velha escola em preparação para possíveis apagões de inverno
A cópia em papel carbono foi “testada por estresse” por funcionários de Whitehall enquanto a Grã-Bretanha se prepara para possíveis apagões neste inverno, informou o Financial Times na sexta-feira, citando três funcionários familiarizados com o assunto.
A técnica de cópia antiquada pode ser usada para correspondência interna do governo e já foi testada durante exercícios de emergência recentes.
“A ideia é que você tenha pessoas correndo para cima e para baixo em Whitehall distribuindo cópias carbono de documentos para colegas em outros departamentos ou agências, para manter as pessoas em contato”, um dos funcionários disse ao jornal.
Trata-se de abordar as preocupações sobre como manter o governo se comunicando entre si em caso de crise.
O papel carbono tem sido um dos elementos dos exercícios realizados em alguns departamentos para testar como o governo poderia continuar funcionando no caso de uma grande crise, como um apagão de energia generalizado ou uma guerra nuclear, explicou o jornal.
Os exercícios de emergência foram realizados como parte de um programa intergovernamental chamado Yarrow, estabelecido em 2021 “para melhorar o planejamento e a resiliência do governo central e local e da indústria para lidar com uma falta de energia nacional”, de acordo com as autoridades, que insistiram que não estava diretamente ligado à crise de energia decorrente do conflito em curso entre a Rússia e a Ucrânia.
“Este programa é anterior a esses eventos”, um dos funcionários alegou.
Não ficou imediatamente claro a partir do relatório se Whitehall havia tirado a poeira de máquinas de escrever mecânicas para usar com papel carbono ou optou por mudar para correspondência manuscrita. Inventado no início do século 19, o papel carbono foi o principal meio de multiplicação de documentos por mais de um século antes do surgimento da tecnologia de fotocópia e da introdução posterior do fluxo de documentos eletrônicos.
A liderança britânica, até agora, enviou sinais contraditórios sobre a perspectiva de apagões e racionamento de energia neste inverno. Esta semana, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson exortou os britânicos a adquirir novas chaleiras para economizar energia.
“Se você tem uma chaleira velha que leva séculos para ferver, pode custar £ 20 para substituí-la, mas se você comprar uma nova, economizará £ 10 por ano em sua conta de eletricidade.” Johnson disse em seu discurso político final na quinta-feira.
Enquanto a favorita para se tornar a próxima líder conservadora e PM, Liz Truss, descartou qualquer racionamento de energia no inverno, seu rival, Rishi Sunak, tem sido menos otimista. “Muitos países europeus estão procurando como todos nós podemos otimizar nosso uso de energia, isso é uma coisa sensata para nós fazermos como país”. ele disse esta semana.
