Quem são os principais financiadores de campanhas e para quem doaram
Dos quase R$118 milhões em doações por pessoas físicas para os candidatos aos diferentes cargos destas eleições, R$ 12,4 milhões (cerca de 10% do total) foram feitas por sete doadores, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os dados ainda são parciais, uma vez que os candidatos têm até 13 de setembro para fazer a primeira prestação de contas dos valores recebidos na campanha.
Em 2015, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu doações de
empresas a candidatos e partidos políticos durante campanhas eleitorais.
A partir daí, o principal modo de financiamento de candidaturas tornou-se o
Fundo Eleitoral, mas o Fundo Partidário também pode ser usado para essa
finalidade. Juntos, ambos somarão R$ 6 bilhões em recursos públicos neste ano.
Além da verba pública, os candidatos podem receber financiamento de suas campanhas por doações de pessoas físicas. Em 2018, o valor total de contribuições desse tipo foi de mais de meio bilhão de reais. Veja abaixo quais são os principais doadores das campanhas eleitorais neste ano até o momento, e para quais candidatos foram destinadas as contribuições:
1º: Salim Mattar (R$2,8 milhões)
Empresário e ex-secretário de Desestatização no governo de Jair Bolsonaro (PL), Salim Mattar doou R$2,8 milhões para um total de 21 candidatos dos partidos Novo, PL, Podemos e União Brasil. Dentre os beneficiados estão o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL) e o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos), que buscam uma vaga na Câmara dos Deputados, e o candidato ao governo de São Paulo Vinicius Poit (Novo).
2º: Heitor Linden (R$2,6 milhões)
O empresário, sócio de uma das principais empresas de calçados do Brasil, doou R$2,6 milhões para apenas um candidato: Roberto Argenta (PSC), que disputa o governo do Rio Grande do Sul. Argenta é o fundador e diretor-presidente da empresa na qual Linden é um dos sócios. Com a doação, o candidato ao Executivo gaúcho ocupa o posto de maior recebedor de doações individuais até o momento.
3º: Rubens Mello (R$2,1 milhões)
Em 2018, Rubens Mello, empresário do ramo do etanol e do açúcar, foi o maior doador eleitoral, com repasses totais de R$7,5 milhões. Na ocasião, ele financiou diversas campanhas, dentre elas a de João Doria ao governo de São Paulo, e doou para os partidos PSB, PSDB, MDB e PTB. Neste ano, o empresário doou, até o momento, para 20 candidatos e repassou R$ 100 mil para a direção estadual do PL no Mato Grosso.
Entre os recebedores dos recursos estão quatro ex-ministros do governo Bolsonaro: Tereza Cristina (PP), candidata ao Senado; Tarcísio de Freitas, candidato ao governo de São Paulo; Onyx Lorenzoni (PP-RS), que concorre ao governo do Rio Grande do Sul; e Ricardo Salles, que almeja vaga na Câmara.
4º: Candido Bracher (R$1,5 milhão)
Ex-presidente do Itaú Unibanco, Bracher é entusiasta da causa ambiental e foi um dos signatários da chamada “Carta da USP”, em defesa do sistema eleitoral.
Entre os beneficiados com suas contribuições estão a deputada federal Tabata Amaral (PSB), que busca reeleição ao cargo; o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (União Brasil), candidato ao Senado; e o ex-secretário da Educação de São Paulo Rossieli Soares (PSDB).
5º: Armínio Fraga Neto (R$1,3 milhão)
Investidor e ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga
já trabalhou no fundo de investimentos de George Soros, um dos maiores
filantropos do mundo. Soros é responsável pelo repasse de bilhões de dólares em
doações para ONGs e outras entidades progressistas e campanhas de políticos
norte-americanos de esquerda.
Neste ano, Armínio Fraga doou para 22 candidatos. O que mais arrecadou é Marcelo Freixo (PSB), que concorre ao governo do Rio de Janeiro, com R$ 200 mil. Outros nomes são Tabata Amaral, candidata à Câmara; e Alessandro Molon (PSB) e Flávio Dino (PSB), candidatos ao Senado.
6º: Alexandre Grendene (R$1,1 milhão)
Cofundador e presidente de uma grande empresa de calçados,
Grendene é outro a concentrar todos os recursos doados a Roberto Argenta, que concorre
ao governo do Rio Grande do Sul. O empresário tem, segundo a Forbes, patrimônio
estimado em R$ 8,3 bilhões e ocupa a 22ª posição da lista de bilionários
brasileiros.
7º: Ricardo Brandão (R$1 milhão)
O empresário catarinense do ramo metalúrgico também dedicou seus recursos a somente um candidato até o momento. O beneficiado é Carlos Moisés, atual governador de Santa Catarina e candidato à reeleição ao cargo pelo Republicanos.
Outros nomes da lista
Há nomes conhecidos entre doadores que estão fora do “Top-7”
de contribuições. Um deles é o ex-piloto da Fórmula-1 Nelson Piquet, que doou
R$ 500 mil à campanha de Bolsonaro e R$ 200 mil ao Partido Progressistas.
A empresária Luiza Trajano, que também assinou a Carta da
USP, contribuiu com a campanha de Tabata Amaral com R$ 100 mil. Luiza figura no
26º lugar no ranking da Forbes.
O empresário Abílio Diniz, 16ª pessoa mais rica do Brasil segundo a Forbes, também é um dos grandes doadores. Entre os destinatários dos R$ 620 mil doados estão três candidatos ao governo paulista: Tarcísio de Freitas (Republicanos), Rodrigo Garcia (PSDB) e Vinícius Poit (Novo).