Edifício-sede do Banco Central, em Brasília: dívida pública em julho de 2022 foi a menor desde o início da pandemia.
Edifício-sede do Banco Central, em Brasília: dívida pública em julho de 2022 foi a menor desde o início da pandemia.| Foto: Beto Nociti/BCB

A dívida pública brasileira caiu pelo nono mês seguido e atingiu o menor nível desde o início da pandemia. Segundo o Banco Central, em julho a dívida bruta do governo geral correspondeu a 77,6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, 0,4 ponto porcentual abaixo de junho e também o menor patamar desde março de 2020 (77%). Os dados foram divulgados na quarta-feira (31).

Em 2020, o país se endividou para dar conta das despesas de combate à pandemia, fazendo a relação dívida/PIB chegar ao pico histórico de 89% em outubro daquele ano. Na sequência, o indicador passou a encolher, em especial a partir do segundo trimestre de 2021, muito influenciado pelo avanço da arrecadação e do PIB.

O principal motivo para a queda da dívida em julho foi a expansão do PIB nominal, que reflete tanto o crescimento econômico quanto o avanço da inflação. O dado oficial mais recente indica que a economia teve crescimento real (descontada a inflação) de 2,6% no acumulado de 12 meses até junho. Enquanto isso, a inflação em 12 meses até julho foi de 10,1%.

O superávit primário obtido pelo setor público em julho, de R$ 20,4 bilhões, também colaborou, mas correspondeu a menos da metade das despesas com juros no mês (R$ 42,9 bilhões), que foram a principal pressão “altista” sobre a dívida.