Como foi a entrevista de Lula no Jornal Nacional da TV Globo
Este conteúdo é sobre um fato que ainda está sendo apurado pela redação. Logo teremos mais informações.
O candidato à presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou da sabatina no Jornal Nacional, da TV Globo, na noite desta quinta-feira (25). Terceiro presidenciável a participar da série de entrevistas promovida pelo telejornal ao longo desta semana, Lula falou sobre a improvável aliança entre ele e o candidato a vice em sua chapa, o ex-governador paulista Geraldo Alckmin (PSB).
O petista disse que se juntou ao ex-tucano para mostrar que “em política não tem que ter ódio” e disse que Alckmin foi aceito pelo PT “de corpo e alma”. Em outro momento, pediu aos telespectadores para “não colocar rancor na urna porque não dará certo”.
Questionado sobre quais lições Lula e o PT tiraram sobre a agressividade da militância petista contra quem pensava de forma contrária nos últimos anos, Lula disse que o Brasil e a democracia brasileira eram felizes quando a polarização do país era entre PT e PSDB. O ex-presidente disse que eram adversários políticos e trocavam farpas, mas ao se encontrarem no restaurante não havia problema em “tomar uma cerveja” com Fernando Henrique Cardoso, José Serra ou Alckmin.
Em nova indagação sobre a inflamação da cúpula petista à
militância contra adversários do PSDB em anos anteriores e a política do “nós
contra eles”, o ex-presidente fez uma alusão à torcida de futebol e afirmou que
não estimulava a polarização.
Ele declarou, no entanto, que a polarização é saudável na democracia e aproveitou a ocasião para fazer críticas a países que estabeleceram o regime comunista. “Não tem polarização no partido comunista chinês. Não tinha polarização no partido comunista cubano. Quando você tem democracia, quando tem mais que um disputando, a polarização é saudável. Ela é importante, é estimulante. Ela faz a militância ir para a rua, ela faz a militância carregar bandeira”, disse.
“O que é importante é que a gente não confunda polarização com estímulo ao ódio”, prosseguiu.
Acompanhe a seguir outros pontos abordados na sabatina:
Corrupção
Sobre a colocação do apresentador Willian Bonner de que
houve corrupção na Petrobrás e, segundo a Justiça, com pagamentos a executivos
da empresa e a políticos de partidos como o PT, Lula disse que durante cinco
anos foi massacrado por denúncias de corrupção.
Defendeu que em seu governo foram criados instrumentos de
combate à corrupção, como o Portal da Transparência, a Lei de Acesso à
Informação e a Lei Contra a Corrupção. O ex-presidente disse que a Operação Lava Jato ultrapassou o
limite da investigação e enveredou por um caminho político.
“Eu quero voltar à presidência da República e qualquer hipótese
de alguém cometer qualquer crime, por menor ou maior que seja, essa pessoa será
investigada, julgada e punida ou absolvida” e disse que “quem roubou pagará”.
Mais à frente, Lula disse que houve prejuízos econômicos ao país por conta da Lava Jato. “Você pode fazer investigação com a maior seriedade. Mas você permite que a empresa continue funcionando. Aqui no Brasil se quebrou as indústrias de engenharia que levamos quase um século para construir”.
Ao final, Bonner rebateu afirmando que “muitos economistas afirmam que esses milhões de empregos não criados, esses investimentos que não foram realizados, seriam consequência não da Lava Jato, mas da crise econômica herdada da gestão de Dilma Rousseff”.
Indicação à PGR
Indagado por
Renata Vasconcellos a respeito de Lula cumprir ou não a indicação do primeiro
indicado na lista tríplice para o cargo de Procurador-Geral da República –
indicação que deve ser feita pelo presidente da República em 2023 –, disse que
não falaria porque “quero que eles fiquem com uma pulguinha atrás da orelha. Eu
não quero definir agora o que eu vou fazer. Primeiro preciso ganhar as eleições”.
Questionado
novamente sobre como procederia em relação à indicação do PGR quanto à listra
tríplice, persistiu em não responder.
“Para mim a
seriedade das instituições é o que vai garantir o exercício da democracia neste
país. Então pode ficar certa de que as coisas irão acontecer da forma mais
republicana possível”.
Outros presidenciáveis no Jornal Nacional
Além de Lula, nesta semana Jair Bolsonaro (PL) e Ciro Gomes (PDT) também foram sabatinados no Jornal Nacional. A candidata Simone Tebet (MDB) dará entrevista ao telejornal nesta sexta (26).
Referência: https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/lula-entrevista-jornal-nacional/