Países ocidentais à espera de ‘queda da Ucrânia’ – Kiev – RT World News
O ministro das Relações Exteriores, Dmitry Kuleba, diz que muitas vezes é perguntado por alguns de seus colegas quanto tempo mais Kiev pode aguentar
Vários países do Ocidente estão esperando a rendição de Kiev e acham que seus problemas se resolverão imediatamente, disse o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, em entrevista publicada na terça-feira.
“Muitas vezes me perguntam em entrevistas e ao falar com outros ministros das Relações Exteriores: quanto tempo você vai durar? Isso é em vez de perguntar o que mais poderia ser feito para nos ajudar a derrotar Putin no menor tempo possível”, disse. Kuleba disse, observando que tais perguntas sugerem que todos “está esperando que caiamos e que seus problemas desapareçam por conta própria.”
O ministro das Relações Exteriores sugeriu que alguns países ocidentais estão prontos para aceitar a rendição da Ucrânia no conflito militar em curso com a Rússia e fazer com que ela conceda alguns de seus territórios – algo que Kiev insistiu repetidamente que nunca concordaria.
Na semana passada, Mikhail Podolyak, assessor do presidente Zelensky, descartou a derrota militar de Kiev como um cenário possível e afirmou que iria lutar “até o último cidadão russo em território ucraniano”, com a ajuda de armas ocidentais que, segundo ele, serão canalizadas para o país, independentemente do custo.
Podolyak também sugeriu que ninguém tentaria negociar uma trégua com a Rússia às custas da Ucrânia, devido à reputação do presidente Zelensky de “não permitindo tais conversas pelas costas”.
Zelensky condenou repetidamente a insistência de alguns países ocidentais em uma resolução pacífica do conflito sem considerar os interesses de Kiev, afirmando em junho que “todo mundo quer nos empurrar para algum resultado, definitivamente não desejável para nós”, enquanto perseguem seus próprios interesses financeiros e políticos.
“A fadiga está crescendo, as pessoas querem algum tipo de resultado para si mesmas. E precisamos de um resultado para nós”, afirmou o líder ucraniano.
Enquanto isso, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, previu que o conflito entre a Rússia e a Ucrânia acabaria com um acordo negociado, mas insistiu que Kiev deve continuar a receber apoio militar do Ocidente para melhorar sua posição de negociação.
A Rússia enviou tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro, citando o fracasso de Kiev em implementar os acordos de Minsk, projetados para dar às regiões de Donetsk e Lugansk status especial dentro do estado ucraniano. Os protocolos, intermediados pela Alemanha e pela França, foram assinados pela primeira vez em 2014. O ex-presidente ucraniano Pyotr Poroshenko admitiu que o principal objetivo de Kiev era usar o cessar-fogo para ganhar tempo e “criar forças armadas poderosas”.
Em fevereiro de 2022, o Kremlin reconheceu as repúblicas do Donbass como estados independentes e exigiu que a Ucrânia se declarasse oficialmente um país neutro que nunca se juntaria a nenhum bloco militar ocidental. Kiev insiste que a ofensiva russa foi completamente espontânea.
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