Combatente italiano na Ucrânia enfrenta investigação em meio a alegações de simpatizantes nazistas – RT World News
Os promotores abriram um processo contra um residente de Gênova que disse ter ido à Ucrânia para “parar a desnazificação”
A Itália abriu uma investigação criminal sobre um homem que disse ter viajado para a Ucrânia para combater a Rússia e impedir que o país “desnazificação”.
Kevin Chiappalone, 19, é acusado de atividades mercenárias e se tornou o primeiro italiano a ser processado no país por lutar do lado ucraniano no conflito em curso entre Moscou e Kiev.
O promotor antimáfia e antiterrorismo de Gênova, Marco Zocco, iniciou uma investigação sobre Chiappalone, que mora em Gênova, informou a agência de notícias italiana ANSA na quarta-feira. O homem pode enfrentar de dois a sete anos atrás das grades sob uma lei de 1995 que proíbe italianos de participar de um conflito armado em nome de nações estrangeiras.
De acordo com a mídia italiana, a agência de aplicação da lei lançou a investigação depois que Chiappalone deu uma entrevista anônima ao semanário Panorama italiano em março.
Ele disse à publicação que estava tentando impedir que a Rússia supostamente “reviver a União Soviética”, e disse que iria “faça o que for necessário”, incluindo matar “o inimigo.”
Eu ouvi aquilo [Russian President Vladimir] Putin quer desnazificar a Ucrânia e por isso saí para evitar que isso acontecesse.
Segundo a ANSA, Chiappalone é simpatizante do grupo neofascista CasaPound Italia (CPI), conhecido por suas atividades de ocupação e manifestações em toda a Itália. Em sua entrevista ao Panorama, ele foi identificado apenas como “membro da milícia de extrema direita”.
Após as notícias da investigação, Chiappalone conversou com a ANSA para contestar as acusações contra ele. “Não vim aqui por dinheiro, não tenho nem € 400 (US$ 413) no bolso” disse à agência.
UCRÂNIA | “Non sono qui per soldi”. Parla Kevin Chiappalone, lo studente 19enne arruolato com la resistenza ucraina e indagato perché ritenuto un mercenário. “E’ un controsenso che l’Italia mandi armi a manetta e io rischio 7 anni perché combatto a fianco degli ucraini”. #ANSApic.twitter.com/vwEMQy4q3e
— Agência ANSA (@Agenzia_Ansa) 11 de agosto de 2022
O lutador italiano disse que não tinha experiência anterior em combate ou treinamento militar antes de chegar à Ucrânia através da Polônia.
“Treinei por um mês e meio e agora estou lutando na frente” ele disse na quinta-feira. Fotos supostamente mostrando Chiappalone lutando na Ucrânia desde então surgiram nas mídias sociais, nas quais o italiano aparece em uniforme militar segurando um rifle de assalto e uma metralhadora.
🇮🇹 | Kevin Chiappalone es o primer ciudadano que será condenado por atividade mercenária na Italia.Nunca tuvo uma arma em sus manos hasta que lllegó a Ucrania a través de Polonia.Se investiga se fue su propia decisão ou fue reclutado por los servicios especiais ucranianos. pic.twitter.com/S5s6tGWw1A
— JÊëz (@Soy_JEez) 11 de agosto de 2022
Em sua entrevista à ANSA, Chiappalone também negou que tenha viajado para a Ucrânia para impedir sua desnazificação pela Rússia.
“CasaPound não tem nada a ver com isso e eu não fiz isso porque Putin queria desnazificar Donbass” disse ele na sexta-feira.
O italiano também descreveu a investigação criminal contra ele em casa como hipocrisia. As autoridades italianas o estão processando em um momento em que a própria Roma está enviando armas para Kiev, argumentou Chiappalone, chamando isso de “contraditório.”
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