Podemos oficializa apoio à chapa de Simone Tebet na corrida presidencial
Em coletiva de imprensa na noite desta sexta-feira (5), o Podemos anunciou oficialmente o apoio à chapa de Simone Tebet, do MDB, nas eleições presidenciais. Durante a semana, o partido teve várias tratativas com diferentes legendas para definir o rumo no pleito deste ano e chegou a convidar o senador Álvaro Dias (Podemos-PR) para ser o candidato da legenda na corrida presidencial; o parlamentar declinou do convite. Agora, o partido passa a compor aliança com MDB, PSDB e Cidadania.
Em sua fala, a presidente nacional do Podemos, Renata
Abreu, disse que o fato de a chapa de Simone Tebet ser 100% feminina – a senadora
Mara Gabrilli (PSDB) é a vice na chapa – foi um dos pontos que pesou na decisão
da legenda. “O Podemos é um dos pouquíssimos partidos comandados por uma
mulher. E não podia ser diferente o nosso caminho senão apoiar a nossa força
interior, apoiar o que a gente acredita”.
Já a presidenciável celebrou, em seu discurso, a chegada do
Podemos para compor a aliança de partidos. “A nossa coligação não estaria completa,
não estaria 100% dentro do nosso propósito, daquilo que queremos para o Brasil,
se nós não tivéssemos o Podemos pela qualidade dos quadros e pelo que
representa o Podemos”.
Simone também aproveitou para mencionar importantes figuras
do partido, como os senadores Álvaro Dias, Eduardo Girão e Oriovisto Guimarães.
Por fim, a emedebista afirmou que estará no segundo turno e que seu governo será
“afetivo e efetivo, de inclusão, que abrace a todos”.
O presidente nacional do MDB, deputado federal Baleia Rossi,
esteve presente no evento. A vice na chapa, senadora Mara Gabrilli, não participou
da coletiva por incompatibilidade de agenda.
As mudanças de rota do Podemos até aqui
A grande expectativa do Podemos era emplacar o Sergio Moro, hoje no União Brasil, como o candidato da terceira via na disputa pela presidência da República. O ex-juiz filiou-se ao partido em novembro do ano passado e anunciou sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto. Em um partido pequeno, com poucos recursos e pouca estrutura, Moro decidiu migrar para o União Brasil no final de março. Mas divergências internas quanto ao lançamento do seu nome à corrida eleitoral acabaram fazendo com que o ex-juiz da Lava Jato decidisse disputar uma vaga no Senado.
A mudança levou o Podemos a um impasse sobre os rumos que tomaria na disputa presidencial. Em abril, o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ex-ministro do governo de Jair Bolsonaro (PL), colocou seu nome à disposição da Executiva Nacional do partido para concorrer à Presidência. O plano não avançou e, recentemente, a legenda convidou o senador Álvaro Dias para sair como o candidato do partido à presidência. O parlamentar, no entanto, negou o convite e anunciou que tentará um novo mandato como senador em disputa com o antigo aliado Sergio Moro.
Nesta semana, o partido chegou a ser convidado pelo União Brasil a indicar o vice para a chapa de Soraya Thronicke. A legenda também estudava manter-se neutra na disputa à presidência da República, mas ao fim optou pela aliança com o MDB de Simone Tebet.