UE lamenta perder ‘batalha de narrativas’ sobre a Ucrânia — RT World News
O ‘Sul Global’ não se juntará ao Ocidente em sua ação punitiva contra a Rússia, disse o principal diplomata da UE
Muitos diplomatas do G20 estão mais preocupados com seus próprios interesses nacionais do que punir a Rússia com sanções econômicas por atacar a Ucrânia, disse o chefe de política externa da UE, Josep Borrell. Ele alegou que o Ocidente estava sendo acusado de dois pesos e duas medidas e não conseguiu ganhar um “batalha de narrativas” em relação à Ucrânia.
“A batalha global de narrativas está em pleno andamento e, por enquanto, não estamos vencendo”, Borrell comentou no domingo em um blog publicar descrevendo sua participação na reunião da semana passada dos ministros das Relações Exteriores do G20 na Indonésia. A solução, segundo ele, é “engajar-se ainda mais para refutar as mentiras russas e a propaganda de guerra”.
Alguns diplomatas do G20, lamentou Borrell, estavam mais preocupados com “as consequências da guerra para eles mesmos” do que ir atrás do suposto culpado.
Outros “reclamam de ‘duplos padrões’ ou simplesmente querem preservar seu bom relacionamento bilateral com a Rússia”.
Ele disse que os ministros do G20 da “Sul Global” concordou em princípio com o objetivo de proteger a integridade territorial da Ucrânia, mas recusou-se a apoiar a resposta ocidental. A campanha anti-russa liderada pelos EUA envolve armar a Ucrânia com armas cada vez mais pesadas e sancionar a Rússia com a expectativa de que ela ceda à pressão devido aos danos militares e econômicos. Washington declarou um “derrota estratégica” de Moscou como seu objetivo final na Ucrânia.
A Rússia disse que sua operação militar era uma questão de segurança nacional e seria continuada. As sanções até agora não conseguiram desencadear um colapso da economia russa, ao contrário do que alguns políticos ocidentais esperavam.
Borrell reiterou as alegações de que a Rússia foi responsável pelo aumento dos preços globais de energia e alimentos – o que Moscou nega – e afirmou que o uso da força não deve ser normalizado ou tolerado.
O aumento nos preços da energia supostamente permitiu que Moscou arrecadasse receitas recordes do comércio de petróleo com nações como China e Índia.
A Rússia enviou tropas para a Ucrânia em 24 de fevereiro, citando o fracasso de Kiev em implementar os acordos de Minsk, projetados para dar às regiões de Donetsk e Lugansk status especial dentro do estado ucraniano. Os protocolos, intermediados pela Alemanha e pela França, foram assinados pela primeira vez em 2014. O ex-presidente ucraniano Petro Poroshenko admitiu que o principal objetivo de Kiev era usar o cessar-fogo para ganhar tempo e “criar forças armadas poderosas”.
Em fevereiro de 2022, o Kremlin reconheceu as repúblicas do Donbass como estados independentes e exigiu que a Ucrânia se declarasse oficialmente um país neutro que nunca se juntaria a nenhum bloco militar ocidental. Kiev insiste que a ofensiva russa foi completamente espontânea.
Referência: https://www.rt.com/news/558748-borrell-g20-russia-sanctions/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=RSS