MPF pede apuração de suposta exclusão de arquivos de computadores do Planalto

O Ministério Público Federal no Distrito Federal solicitou nesta sexta-feira (11) a abertura de uma investigação para apurar suposta exclusão de arquivos de computadores do Palácio do Planalto, dois dias depois do segundo turno das eleições. A procuradora da República Luciana Loureiro Oliveira abriu o procedimento de ofício.

Com isso, a representação será distribuída para procuradores responsáveis pelo controle dos atos da administração pública. No documento, Oliveira citou a reportagem do portal Metrópoles que que relatou que os HDs de equipamentos usados pela Presidência da República estariam sendo formatados após a detecção de um software malicioso.

A Secretaria-Geral da Presidência afirmou, em nota divulgada nesta tarde, que “ferramentas de segurança de rede detectaram a presença de malware (tipo comum de software malicioso) em algumas estações de trabalho, tendo neutralizado suas ações” por meio de “phishing”. Segundo a secretaria-geral, “não houve vazamento, perda de dados institucionais e nem comprometimento de sistemas hospedados na rede” do Planalto.

No entanto, o MPF solicitou que a Secretaria-Geral da Presidência explique de quem partiu a ordem para formatação dos HDs e se existe uma investigação sobre o caso para chegar aos responsáveis pela ação.

“É que, de fato, a nota publicada pela Presidência da República não esclarece se computadores foram formatados, se arquivos foram danificados ou apagados, se dados sensíveis foram vazados, se dados públicos foram perdidos, se houve investigação sobre a origem do ataque, de quem teria partido a determinação de formatação de HDs e se houve eventual apuração de responsabilidades sobre eventuais causas/responsáveis pela ocorrência”, escreveu a procuradora.

“Faz-se necessário, assim, para a adequada proteção do patrimônio público e para a segurança da informação constante de bancos de dados da maior relevância para o Estado brasileiro, que todas as circunstâncias do suposto ataque e da suposta formatação sejam apuradas, bem assim que os agentes públicos envolvidos na ocorrência sejam ouvidos, para melhor esclarecer os fatos, seus desdobramentos e consequências”, ressaltou Oliveira.

Veja a íntegra da nota Secretaria-Geral da Presidência

“A Secretaria-Geral da Presidência da República, por intermédio da Diretoria de Tecnologia da Secretaria Especial de Administração, informa que, no dia 01 de novembro, ferramentas de segurança de rede detectaram a presença de malware (tipo comum de software malicioso) em algumas estações de trabalho, tendo neutralizado suas ações.

De imediato, a Equipe de Tratamento e Resposta a Incidentes em Redes Computacionais (ETIR) iniciou as análises para identificar a origem da infecção, e constatou que ela ocorreu por meio de phishing. Não houve vazamento, perda de dados institucionais e nem comprometimento de sistemas hospedados na rede da Presidência da República.

Dessa forma, como procedimento padrão, as máquinas afetadas têm passado por reparo dos sistemas operacionais pela área técnica responsável. Por fim, esclarecemos que os arquivos institucionais ficam armazenados em servidor de arquivos no Centro de Dados da Presidência da República e que a política de segurança prevê o backup regular desses dados, bem como a conscientização dos colaboradores quanto à abertura de arquivos ou links suspeitos recebidos por e-mail ou outras fontes”.

Referência: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/mpf-pede-apuracao-de-suposta-exclusao-de-arquivos-de-computadores-do-planalto/

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