4 governadores eleitos conseguiram superar a desvantagem do 1.º turno
Quatro governadores foram eleitos no segundo turno das eleições neste domingo (30), após conseguirem virar o placar da disputa eleitoral em comparação ao primeiro turno.
Eduardo Leite (PSDB) no Rio Grande do Sul, Eduardo Riedel (PSDB) em Mato Grosso do Sul, Fábio Mitidieri (PSD) em Sergipe e Raquel Lyra (PSDB) em Pernambuco protagonizaram as viradas no segundo turno dessas eleições.
A maior registrada no Rio Grande do Sul, com Leite revertendo uma diferença de 679.211 votos para vencer o deputado federal Onyx Lorenzoni (PL) por uma margem de 919.340 votos.
Também vale o destaque de que três dos governadores eleitos após virarem no primeiro turno são filiados ao PSDB. O partido não havia eleito chefes do executivo estadual no primeiro turno.
Confira abaixo como cada um desses governadores conseguiu a virada nos seus respectivos estados.
Neutralidade na disputa presidencial foi chave para Leite no RS
Após ficar na segunda posição no primeiro turno, apenas 2.491 votos à frente do terceiro colocado, o deputado estadual Edegar Pretto (PT), Leite manteve a estratégia de fugir da nacionalização dos debates contra Onyx.
Mesmo com o apoio crítico do PT à candidatura tucana, Leite não declarou o voto na eleição presidencial durante o segundo turno. A estratégia se mostrou acertada. O ex-governador não perdeu apoio dentro da base tucana e também ganhou votos dos eleitores de Pretto. O candidato petista, no decorrer da campanha, declarou “apoio crítico” ao tucano, para derrotar Onyx.
No segundo turno, o tucano registrou 3.687.126 votos, 1.984.311 a mais que o contabilizado no primeiro turno. Como comparação, Onyx ganhou 385.760 eleitores entre as votações.
Eduardo Riedel amplia votos nas maiores cidades de MS
O empresário Eduardo Riedel (PSDB), vencedor das eleições, e o deputado estadual Capitão Contar (PRTB) tiveram uma disputa apertada no primeiro turno, com uma diferença de apenas 22.294 votos em favor de Contar, candidato que recebeu a declaração de apoio de Jair Bolsonaro (PL) – embora ambos apoiassem a reeleição do presidente.
Com o apoio do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e de mais de 90% dos prefeitos do Mato Grosso do Sul, Riedel manteve a força nos municípios do interior do estado e conseguiu melhorar a votação nas três principais cidades do estado: Campo Grande (55,6% contra 44,4% de Contar), Dourados (56,4% contra 43,96%) e Três Lagoas (54,16% contra 45,84%). No primeiro turno, Contar havia vencido a disputa nos três municípios.
Fábio Mitidieri em Sergipe
A eleição no Sergipe foi cheia de reviravoltas. No primeiro turno, mais de meio milhão de votos foram considerados nulos – a maioria deles de pessoas que votaram em Valmir de Francisquinho (PL), candidato do presidente Jair Bolsonaro no estado. Isso ocorreu porque, na semana que antecedeu o primeiro turno, a justiça eleitoral impugnou a candidatura dele, mas como a lista dos candidatos já havia sido incluída nas urnas, o nome de Francisquinho ainda aparecia.
Com isso, acabaram chegando ao segundo turno o petista Rogério Carvalho, apoiado por Lula, e Fábio Mitidieri (PSD), que também tentou atrelar seu nome ao ex-presidente petista durante a campanha. Rogério saiu do primeiro turno com 43 mil votos de vantagem sobre Fábio.
Durante o segundo turno, Francisquinho chegou a declarar apoio ao candidato petista – que no pleito estadual era o candidato da oposição –, mas isso se mostrou insuficiente. Fábio era o candidato da situação, do mesmo partido do atual governador Belivaldo Chagas (PSD).
Com foco em atrair eleitores progressistas, Fabio defendeu durante a campanha diversas pautas do programa de Lula, como o combate à fome, descentralização dos serviços de saúde e criação de mecanismos para a geração de empregos. Lula teve uma votação expressiva em Sergipe, com mais de 60% dos votos no primeiro e segundo turnos.
Além dessa tentativa de aproximação com o eleitorado progressista, Mitidieri contou com o apoio do senador eleito Laércio Oliveira (PP), principal aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições no Sergipe. Com isso, o candidato do PSD reverteu uma desvantagem de 43.860 votos no primeiro turno para uma margem de 40.911 votos no segundo turno.
Raquel Lyra em Pernambuco
Na única disputa estadual entre duas mulheres no segundo turno, Raquel Lyra (PSDB) venceu Marília Arraes (SD) por uma margem de 923.151 votos, após ter ficado atrás no primeiro turno por uma diferença de 166.095 votos.
Assim como o correligionário Eduardo Leite, Raquel não declarou voto para presidente no segundo turno das eleições, embora tenha recebido o apoio de candidatos de direita no estado, como Anderson Ferreira (PL) e Miguel Coelho (União Brasil), que juntos tiveram 1,7 milhão de votos no primeiro turno.
Esse apoio, aliado à estratégia de manter silêncio sobre a disputa nacional, se mostrou fundamental para superar Marília, que apostou na proximidade com Lula – que teve 66,93% dos votos na disputa presidencial em Pernambuco.
Raquel conseguiu aumentar sua votação nos dez principais colégios eleitorais de Pernambuco e vencer a adversária nessas cidades: Recife, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Caruaru, Petrolina, Paulista, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Garanhuns e Vitória de Santo Antão.